sábado, 1 de junho de 2013

A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA
Por ERNÍDIO MIGLIOIRINI E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
A Civilização Egípcia foi altamente desenvolvida e sofisticada; era conscientemente caracterizada pela qualidade superior, peculiar e transcendental, tal que até hoje ninguém conseguiu, nem sequer iguala-la. Talvez jamais seja superada.
A sua arquitetura, com formato funcional, guarda muitos mistérios, que extrapolam o mero contexto terreno. Os egípcios não se atinham unicamente às obras significativas e enigmáticas. A construção das Pirâmides no Egito Antigo elucida a complexidade do raciocínio humano, quanto ao uso da matemática e da engenharia na História Antiga.
 Tinham um elevado desenvolvimento cognitivo e cultural, o acervo das suas bibliotecas continha tratados didáticos, máximas sábias e verdades proverbiais.
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano às margens do rio Nilo, entre 3200 a.C a 32 a.C.; na região formada pelo um deserto do Saara. Utilidades do rio Nilo: transporte, para beber, pescar e fertilizar as margens.
Com vários extratos sociais; o faraó era a autoridade máxima, considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas sustentados pelo trabalho e tributos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Outra classe, a dos escravos também compunham a sociedade egípcia, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito em troco de água e comida. 
A escrita egípcia era importante para este povo, permitiu a divulgação de idéias, comunicação e controle de tributos. Existiam Três formas principais de escrita: a escrita demótica, simplificada para assuntos do cotidiano, escrita hierática em formato cursivo para fins comerciais e a hieroglífica, complexa e formada por desenhos e símbolos. As paredes internas das pirâmides eram repletas de textos que falavam sobre a vida do faraó, orações e mensagens para espantar saqueadores. O papiro era utilizado para registrar os textos.  Os hieróglifos egípcios foram decifrados na metade do século XIX pelo lingüista e egiptólogo francês Champollion, através da Pedra de Roseta.
A economia egípcia era baseada na agricultura nas margens férteis do rio Nilo. O comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram convocados pelo faraó para prestarem trabalho em obras públicas: canais de irrigação, pirâmides, templos e diques. 
A Religião no Egito Antigo está relacionada à vida após a morte. Era repleta de mitos e crenças. Acreditavam na existência de vários deuses com corpos formados por parte de ser humano e parte de animal sagrado, que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram  realizadas com o objetivo de agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida.  Cada cidade possuía um deus protetor e templos religiosos em sua homenagem. Os deuses adorados pelos egípcios: Osíris, Isis, Seth, Rá, Ptah, Thot, Anúbis e Maat. adoração dos animais: o gato o deus-crocodilo, e Ápis – o deus-touro, nos templos, ponto de adoração e a própria moradia das divindades. Os faraós eram considerados a encarnação direta de Hórus, o deus-Falcão, e filho de Amon-Rá, o deus-Sol.
Os egípcios acreditavam na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado e que tiveram uma vida de atitudes ruins; e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. A crença na imortalidade. Para os egípcios, a morte seria passageira e a vida retornaria para o corpo, porém o retorno à vida aconteceria somente se o corpo do moribundo fosse conservado. Se a alma (Rá) não voltasse para o corpo (Ká), significava que o corpo não tinha sido conservado. Daí, a importância da mumificação dos corpos, do embalsamento e da conservação, para evitar a decomposição. Existiam técnicas avançadas de mumificação para os nobres e técnicas mais simples para os pobres.  As avançadas técnicas de mumificação desenvolvidas no Egito Antigo atestam a desenvolvida medicina. Os médicos egípcios faziam cirurgias, cuidavam de fraturas, conheciam a anatomia humana. Além da técnica de preservar os corpos através da mumificação, os egípcios desenvolveram um método de proteger os corpos contra saqueadores, com a construção de enormes túmulos. Quando uma pessoa rica como o faraó, ou que ostentava poder, morria, seu corpo era mumificado e colocado nos túmulos considerados uma verdadeira habitação. Neles, o faraó e suas riquezas eram enterrados em uma câmara real e os seus criados, escribas, sacerdotes e animais em outras câmaras mais simples. O sacrifício de outras pessoas com a morte do faraó era explicado pela crença na imortalidade, pois no retorno para a vida precisaria ter pessoas para servi-lo e continuar com a sua riqueza era fundamental para exercer o poder. Os túmulos eram  mastabas feito com laje de pedra ou tijolo, os hipogeus  feito na rocha, e as pirâmides, túmulos reais compostos por uma cripta, corredores de ventilação, câmara do rei, corredores secretos, galerias, câmaras e passagens falsas para evitar saques. Muitos animais eram considerados sagrados, de acordo com as características que apresentavam: chacal a esperteza noturna, gato a agilidade, carneiro a reprodução, jacaré a agilidade nos rios e pântanos, serpente o poder de ataque, águia a capacidade de voar, escaravelho ligado a ressurreição.
A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências: na área da matemática, para a construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação,  e o conhecimento sobre o funcionamento do corpo humano. No campo da arquitetura a construção de templos, palácios e pirâmides. Financiadas e administradas pelo governo dos faraós; erguidas com grandes blocos de pedra, utilizando mão-de-obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé as construções mais conhecidas do Egito Antigo. Muito se discute sobre a origem das pirâmides egípcias; tentam até hoje achar respostas para a complexa engenharia na construção desses locais sagrados no Egito Antigo. Até hipóteses da possibilidade de ajuda sobrenatural. As pirâmides foram implantadas com técnicas bastante desenvolvidas e o uso da matemática no cálculo na posição das pedras que se encaixaram umas sobre as outras. Nas construções das pirâmides, cada bloco de pedra, que era lapidado para ser utilizado na construção, pesava cerca de duas toneladas. Os egípcios desenvolveram mecanismos para facilitar o transporte das rochas e de outras matérias-primas. Os camponeses eram recrutados durante o período de seca do rio Nilo para ajudarem nas construções das obras piramidais. Essas construções duravam cerca de vinte a trinta anos e vários trabalhadores sofriam acidentes fatais durante o período de Trabalho. A engenharia dessas obras contemplava labirintos construídos na parte interna das pirâmides, para proteger toda a riqueza que ficaria guardada no momento em que os faraós fossem mumificados e por isso pensavam em estratégias para enganar os violadores de tumba. Por se tratar de um local sagrado e cercado de poder simbólico para os faraós, os trabalhadores egípcios que sobreviviam ao final da construção eram assassinados, pois, eles sabiam dos códigos e segredos das armadilhas que eram estrategicamente elaboradas na parte interna das pirâmides. Isso explica os mistérios que cercam essas grandiosas construções da Antiguidade, ainda hoje não revelados. Como a existência de elementos proféticos nos corredores das Pirâmides. Existem na parte interna da Pirâmide de Quéops escritos que tratavam da história de Adão e também de Moisés e Abraão. Aumentando ainda mais o misticismo no qual está inserida a história das construções piramidais e deixando os pesquisadores ansiosos por mais respostas e descobertas.
A história política do Antigo Egito passou por diferentes períodos antes um governo centralizado No final do Neolítico, as populações egípcias eram organizadas em comunidades agrícolas, conhecidas como um nomo, aldeia chefiada por um nomarca. A região do Vale do Rio Nilo foi dividia em dois diferentes reinos: o reino do Alto Egito e o reino do Baixo Egito e sofreu um processo de unificação política chefiada por Menés ou Narmer, na época, rei do Alto Egito. Que se transformou no primeiro faraó do Egito Antigo, transformando a cidade de Tinis na primeira capital do império. Mais tarde, Mênfis ocupou essa posição. Neste período, o governo egípcio tinha caráter pacifista. Nesse quadro de grande estabilidade política, ocorreu a execução de diversas obras de irrigação e a construção de pirâmides. Entre os anos de 2600 a.C. e 2700 a.C. ocorreu a construção das conhecidas pirâmides de Gizé, atribuídas à ação dos faraós Quéfren, Quéops e Miquerinos. Através de um sistema de servidão coletiva que submetia toda população egípcia ao trabalho nos campos e nas cidades. Por volta de 2300 a.C. o próspero quadro que vigorou durante boa parte do Antigo Império ruiu.
O estabelecimento do Novo Império teve início com o processo de união da população egípcia contra a dominação exercida pelos hicsos em seus territórios. Com o apoio de Amósis I, uma grande revolta contra a presença estrangeira conseguiu finalmente desencadear as lutas que deram fim à hegemonia dos hicsos. O exército egípcio  propagou ações militaristas que ampliaram as fronteiras do império. Foi nessa mesma época que os hebreus se instalaram no Egito, aproximadamente no século XIII a.C.. o governo egípcio converteu a população hebraica à condição de escravos. Cuja retirada contou com a liderança político-religiosa de Moisés. Entre as mais importantes conquistas territoriais desta época: o controle sobre as regiões da Mesopotâmia e das proximidades do Sudão. O controle sobre uma ampla porção de terras, o fomento de atividades comerciais, a importação de madeira da Fenícia, de metais preciosos vindos da Núbia e da resina proveniente da Grécia e outras regiões do mundo Oriental. De fato, um período de expressiva prosperidade econômica, O fortalecimento do poder monárquico, a reforma religiosa imposta pelo faraó Amenófis IV limitando a influência dos sacerdotes, reconhecendo somente o culto ao deus Aton. Tutancâmon, filho de Amenófis, assim que chegou ao poder restabelece as antigas tradições religiosas politeístas com a recuperação dos templos que haviam sido abandonados. No governo de Ramsés II (1292 – 1225 a.C.), os egípcios enfrentaram a cobiça de povos estrangeiros como os hititas.
No final do Novo Império, as disputas políticas entre os faraós e os sacerdotes enfraqueceram a nação. Por volta de 1100 a.C., o império egípcio foi novamente dividido em Alto e Baixo Egito. Os assírios avançaram sob o comando do rei Assurbanipal, Em 662 a.C., subjugando o governo egípcio. Daí em diante, outras civilizações dominaram o Egito.
O Antigo Império sofreu com várias adversidades que prejudicaram diretamente a manutenção de um governo controlado sob a autoridade faraônica.
Entre os anos de 2300 e 2000 a.C. a ruína econômica e as contendas internas possibilitaram a invasão de povos provenientes da Ásia que se estabeleceram no Delta do Rio Nilo, região norte do Egito. Somente nas últimas décadas do século XXI a.C., os egípcios reassumiram o total controle do território graças à atuação militar do faraó Mentuhotep II, que recriou o sistema de servidão coletiva que permitiu a construção de grandes canais de irrigação e o surgimento de outros pontos de exploração agrícola. Para garantir estabilidade, o Estado passou a aceitar o ingresso de membros de camadas sociais inferiores na formação de um poderoso exército. Conquistaram nesse período as regiões da Núbia e da Palestina, onde encontraram grandes minas de ouro e cobre. A prosperidade material foi alcançada ao longo do Médio Império. Os nobres passaram a reivindicar maior autonomia política e as contendas fragilizaram o opulento governo centralizado nas mãos do faraó. Por volta de 1800 e 1700 a.C., tribos hebraicas adentraram o território egípcio em busca de melhores condições de vida.
No Egito Antigo uma estrutura bastante rígida, a possibilidade de ascensão era mínima entre seus integrantes. No topo estava o Faraó, governante máximo do Estado e adorado como uma divindade viva descendente de Amon-Rá. A função político-religiosa por ele ocupada imprimia uma natureza teocrática ao governo egípcio. Para a população, a prosperidade material estava intimamente ligada às festas e rituais feitos em sua homenagem.

Logo abaixo os sacerdotes compunham um primeiro e restrito grupo social privilegiado na função de mediadores entre os deuses e os homens. Dessa forma, acabavam acumulando uma expressiva quantidade de bens materiais ao longo de sua vida. A seguir os membros da nobreza originários da família do Faraó, dos líderes do Exército e dos altos funcionários do governo. Em seguida, os escribas formavam um setor intermediário da sociedade egípcia. Em razão de sua formação escolar privilegiada, em que aprendiam a escrita e a leitura dos hieróglifos, eram remunerados para auxiliarem no desenvolvimento de várias atividades comerciais e administrativas. Os comerciantes também tinham grande importância para o desenvolvimento da economia egípcia ao promoverem a circulação de riquezas entre seu povo e as demais civilizações vizinhas. Uma parcela menos privilegiada da sociedade egípcia: os soldados, camponeses e artesãos. Os escravos formavam uma classe reduzida no interior da sociedade egípcia. Mais tolerantes aos estrangeiros que outros povos, os egípcios tinham o costume de zelar pela condição de vida dos escravos postos sob o seu domínio. Com quase 6.700 quilômetros de extensão, o Rio Nilo foi chave fundamental para que essa imensa civilização fosse formada. A benesse oferecida pelo meio ambiente acabou influenciando fortemente a constituição do pensamento religioso dos egípcios. Os mitos e divindades egípcias tinham algum tipo de relação com a natureza. Influenciados pela observância dos ciclos naturais, os egípcios deram origem à crença na imortalidade, que os instigava a ter um cuidado especial com todos aqueles que faleciam. Os egípcios foram capazes de produzir conhecimento em diferentes áreas, criaram canais de irrigação e diques desenvolveram uma medicina própria e diversos remédios e cirurgias realizadas com o uso de anestesia.
“Faça tudo o que podes fazer; mas faça para o bem, para a edificação moral, ética e intelectual. (EM).”

















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