terça-feira, 18 de junho de 2013

REDAÇÃO

REDAÇÃO
Por Ernídio Migliorini E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
Tanto a comunicação falada, quanto a escrita, no ambiente Institucional, precisa pautar por um bom nível de qualidade. Especialmente no uso dos pronomes e vocábulos. Com a supressão do Eu pessoal, que transmite uma ideia de individualidade; adotando o Nós da impessoalidade, compreendendo o contexto de Corporação, de um todo orgânico, que engloba pessoas, estratégias, bens e capitais para atingir um objetivo social, cultural ou econômico, onde cada um exerce um papel, mas se manifesta como o todo.
 Portanto, o tratamento impessoal deve ser dado aos assuntos que constam das Instituições, com a ausência de impressões individuais de quem comunica e também a impessoalidade de quem recebe a comunicação dirigida para uma Instituição. Sempre nos dois casos, de forma homogênea e impessoal.
A redação de qualidade, especialmente a institucional, deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Não de forma obscura, que dificulte ou impossibilite a sua compreensão e inteligibilidade, como requisitos para que um texto seja entendido, sempre permitindo uma única interpretação, sendo estritamente impessoal e uniforme com o uso de certo nível de linguagem. Evitar o emprego de gírias, expressões vulgares, modismos cujos termos não tem nada em comum com o significado que deveriam expressar.
Devem ser observados outros procedimentos rotineiros na redação de comunicações, com as formas de tratamento e de cortesia.
Para que haja comunicação, é necessário:  alguém que comunique,  algo a ser comunicado, e alguém que receba essa comunicação.
A comunicação institucional se restringe a questões que dizem respeito ao interesse da Instituição, é natural que não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há lugar na redação para impressões pessoais, deve ser isenta da interferência da individualidade que a elabora. Acrescido que deve ser empregado determinado nível de linguagem e sempre circunstancialmente adequada.
A língua escrita compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. O padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, mas repele a pobreza de expressão. A linguagem técnica deve ser empregada em situações que a exijam e o vocabulário próprio à determinada área.
A redação de uma comunicação Institucional deve ter o toque da formalidade que diz respeito à polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual cuida a comunicação. A formalidade de tratamento vincula-se, à necessária uniformidade das comunicações, que sigam um mesmo padrão, concisão e clareza. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um mínimo de palavras, sem redundâncias ou repetições desnecessárias de ideias.  Clareza deve ser a qualidade básica de todo texto. Claro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor, com o uso do padrão culto de linguagem. Sempre se deve proceder à redação de um texto, e em seguida fazer a sua revisão.
Pronomes e expressões de tratamento indireto: Vossa Mercê, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Reverência, Vossa Paternidade, Vossa Eminência, Vossa Santidade, Vosmecê, você.
 Concordância com os Pronomes de Tratamento: Os pronomes de tratamento  dependem de concordância verbal, nominal e pronominal. O verbo concorda com o substantivo. Os pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução.
       Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
a) do Poder Executivo;
Presidente da República;
Vice-Presidente da República;
Ministros de Estado;
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores;
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial;
Secretários de Estado dos Governos Estaduais;
Prefeitos Municipais.
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores;
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
c) do Poder Judiciário:
Ministros dos Tribunais Superiores;
Membros de Tribunais;
Juízes;
Auditores da Justiça Militar.
        O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.
        As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
        No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte forma:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Rua ABC, no 123
01.010-000 – São Paulo. SP
       
        Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
        Senhor Fulano de Tal,
        (...)
        No envelope, deve constar do endereçamento:
        Ao Senhor
        Fulano de Tal
        Rua ABC, no 123
        70.123 – Curitiba. PR
       
       doutor não é forma de tratamento, e título acadêmico. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a quem tem curso universitário de doutorado.
      Vossa Magnificência, empregada em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo:
        Magnífico Reitor,
        (...)
       
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é:
        Santíssimo Padre,
        (...)
        Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
        Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
        Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
        (...)
        Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e BisposVossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
        a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
        Respeitosamente,
        b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
        Atenciosamente,     
Todas as comunicações devem trazer o nome e o cargo do autor que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfira para esta página ao menos a última frase anterior ao fecho.
“Quando uma cultura desconhece a etimologia, lança-se de forma aleatória na semântica, fatalmente o vernáculo vai perecendo. (EM).”


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