segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

PAIDÉIA




PAIDÉIA
A educação clama por uma nova Paidéia, nos moldes do que aconteceu na Grécia, especialmente em Atenas, por volta do século V a.C., na época dos Sofistas, que propunham novas propostas e soluções e novos planos de estudos.
Paidéia, no grego, significa criação de meninos. Ligada a um ideal de formação educacional da cultura grego helenista, que procurava desenvolver o indivíduo em todas as suas potencialidades. Tinha como objetivo ensinar o pensar, o sentir e o agir.
Na Paidéia, um pedagogo, cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, um escravo que conduzia o estudante até os centros, praças ou assembléias, onde ocorriam as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de cultura, valorização da experiência dos mais idosos. Na metodologia da Paidéia, os jovens estudavam nas praças ou nas sombras de árvores, discutindo os temas ligados à realidade junto ao ambiente cotidiano e real, onde vivenciavam o que estavam debatendo. Existe uma analogia com que ocorre hoje por meio da tecnologia e da Internet, ensejando aos estudantes acesso à realidade virtual, no momento em que estão aprendendo.
A formação da Paidéia grega comparada com o atual estágio da educação, deixa transparecer, quanto foi perdido, com o passar dos séculos, no quesito de educação de qualidade. A educação grega era muito avançada em relação aos tempos atuais. Leve-se em consideração o espírito grego, o desejo, a vontade de evoluir, de educar, eles sabiam que cuidando bem das suas futuras gerações, melhorariam a vida das pessoas e teriam um futuro assegurado. Por isto são considerados o berço da civilização ocidental. Os sintomas da Paidéia grega estão retornando na cultura ocidental. Educar, para os gregos era algo muito profundo e precioso.
 A educação atual passou a servir como ferramenta para o desenvolvimento econômico, industrial, político e tecnológico. A Revolução Industrial criou mudanças de ordem econômica, política e cultural, as pessoas se tornaram acessórios da máquina. Isto exige apenas habilidades simples, monótonas, fáceis de aprender; capaz de garantir a mão-de-obra qualificada para atuar em favor do crescimento econômico-industrial. A escola passou a ter o desafio de instruir os trabalhadores, tornando-os mais eficientes, mais produtivos e disciplinados. A educação, com a função de treinar, especializar, capacitar e desenvolver a empregabilidade.
A educação precisa retomar os objetivos da Paidéia grega, e ensinar a pensar, sentir, escolher e agir, com acuidade mental, e indivíduos que pensem (inteligência Cognitiva), tenham empatia (inteligência Emocional) e atitude de agir (inteligência Volitiva) e desenvolvam a habilidade de buscar a essência, separar o que é importante e útil daquilo que é dispensável. Com uma aprendizagem mais individualizada, além das paredes das salas de aulas. As escolas têm um desafio de construir e promover um projeto pedagógico que contemple as inovações tecnológicas, promova a interatividade e a participação efetiva dos estudantes no processo de aprendizagem.
A humanidade vivencia uma nova era onde a informação está totalmente instantânea e gratuitamente acessível.  E o complexo processo de ensino e aprendizagem tem novos arquétipos e soluções, como de ir além do estar informado, de aprender a resolver estandardizamente um problema. O novo cenário apresenta novas perguntas e novas soluções inimagináveis, com inovações tecnológicas. Com ensino presencial  e online, e aulas mais dinâmicas e flexíveis, assim o aluno pode escolher como deseja aprender, aproveitando-se de conteúdos digitais e do aprendizado colaborativo. O sistema de aula invertida, os estudantes assistem às videoaulas, utilizam materiais interativos para aprender a teoria em casa, e na escola tiram dúvidas e desenvolvem projetos, promovendo o autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades necessárias no mercado, a capacidade de resolver problemas e de argumentar com confiança. Para melhorar o aprendizado, ensinar o aluno a pensar, sentir, agir e formar cidadãos melhores.

“Educar é muito mais do que só ensinar. O conectivo deve ser completado com moral e ética, para uma postura de cidadania. (EM).”

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