domingo, 8 de janeiro de 2012

QUERER É PODER PARA FAZER


QUERER É PODER PARA FAZER
Por Ernídio Migliorini E-mail:ernidiomigliorini@gmail.com

Dr. Hamilton Naki, um negro sul-africano, de 78 anos, que morreu em maio de 2005, foi o protagonista de uma extraordinária história de querer e fazer; comprovando o poder neuro-linguístico.
Vivendo na cidade do Cabo, no país do apatheid, discriminado acabou deixando a escola aos 14 anos de idade e nunca mais freqüentou como educando o ensino regular.
Era jardineiro da Escola de Medicina na cidade do Cabo e começou limpando jaulas de animais. Como um curioso sedento de saber, observava os médicos brancos fazendo cirurgias e transplantes de órgãos animais em cachorros e porcos e aprendia depressa a técnica da cirurgia. Com o tempo e sempre estudando por conta e informalmente, acabou se tornando um magnífico e eficaz cirurgião;  o melhor no seu metier. Provando que ninguém ensina a ninguém, apenas media. Quem aprende é o próprio individuo, aplicando as habilidades, competências e talentos. Naki Passou a dar aulas de medicina, especialmente de cirurgia a estudantes brancos e o fez durante 40 anos.
Era tão excepcional na arte cirúrgica, que foi convidado pelo Dr. Christian Barnard, para fazer parte permanente da sua renomada equipe médica. Ele Naki, é que executou a cirurgia de retirada do coração, do corpo de uma doadora, operação que exigia extremo cuidado e preservação; para que a equipe do Dr. Barnard, na cidade do Cabo, executasse com êxito o primeiro transplante de coração da história, em LOUIS WASHKANKY, no ano de 1967.
Era mui importante, mas não podia aparecer, por ser negro. Por ser tão valioso e genial autodidata, O hospital abriu uma exceção para o Dr. Hamilton Naki, mas tinha que mantê-lo na clandestinidade; não podia operar pacientes brancos e nem tocar em sangue de brancos, para todos os efeitos legais. Quando aparecia em alguma foto funcional, diziam tratar-se de um serviçal da limpeza.
Era requisitado e indispensável nas cirurgias mais complexas e de notório reconhecimento por todos os médicos mais gabaritados e renomados do seu circulo profissional, inclusive internacionalmente. Mas, a discriminação impingia-lhe um alto preço e privação.
Morava numa barraca, sem luz, nem água, num  gueto da periferia; recebia como salário o equivalente ao  valor pago a um técnico de laboratório.
Foi condecorado por mérito e reconhecimento do seu talento nato de cirurgião extraordinário, com o Título de “MÉDICO HONORIS CAUSA”.
Aposentou-se e passou a receber uma pensão mensal de 275 dólares.
Nunca reclamou ou lamentou as injustiças que sofreu durante a sua existência!
“Somos tão insignificantes e presunçosos; diante da magnitude destes humildes e geniais indivíduos. (EM).”


Nenhum comentário:

Postar um comentário