quinta-feira, 29 de outubro de 2015

SONO

SONO
E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
As pessoas que ficam cegas depois do nascimento podem ver imagens em seus sonhos. As pessoas que nascem cegas não vêem quaisquer imagens, têm sonhos vívidos envolvendo seus outros sentidos: audição, olfato, tato e emoção. A necessidade do corpo para o sono é tão forte que é capaz de lidar com praticamente todas as situações físicas para que isso aconteça.
Todo ser humano sonha, exceto em casos de extrema desordem psicológica; mas os homens e as mulheres têm diferentes sonhos e diferentes reações físicas. Os homens tendem a sonhar mais com outros homens, enquanto as mulheres tendem a sonhar igualmente com homens e mulheres. Se o sonho é de natureza sexual; os homens costumam ter ereções e as mulheres aumentam o fluxo de sangue vaginal.
O corpo está paralisado enquanto dorme. O corpo está virtualmente paralisado durante o sono, como probabilidade de impedir que o corpo venha a agir em aspectos dos sonhos. Glândulas começam a secretar um hormônio que ajuda a induzir o sono e neurônios enviam sinais para a medula espinhal, que causam o relaxamento do corpo e mais tarde torna-se praticamente paralisado.
Estímulos externos invadem os sonhos. Processo chamado de Incorporação ao Sonho e é a experiência, entre outros estímulos, onde um som do mundo real é ouvido em no sonho e incorporado de alguma maneira. Também acontece quando o indivíduo está fisicamente com sede e sua mente incorpora esse sentimento no seu sonho. Isto pode determinar a repetição do sonho até acordar para satisfazer realmente o que foi sonhado.
As pessoas que desistem de determinados hábitos ou vícios, tem sonhos mais vívidos, sobre cada um dos quadros anteriores. A sensação vai além do sonho, assume impacto idêntico à cada realidade antes vivenciada. Com sintomas semelhantes aos sentidos quando se praticava o hábito, ou vício, e os sentimento causados com o procedimento para  excluí-los.
O sonho para a ciência é uma experiência de imaginação do inconsciente durante o período de sono. Os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo reprimido. Os bebês no útero têm sono REM(movimentos rápidos dos olhos) e sonham. O sonho também é revestido de nuances premonitórias e de uma expansão da consciência.
Segundo Freud, o sonho é definindo como a realização de um desejo. No enredo onírico há o sentido manifesto e o sentido latente, o significado, este é realmente importante.  O sentido latente, por meio da interpretação simbólica, revela o desejo do sonhador.

Existem tipos diferentes de sonhos: Sonhos criativos (Pinturas, livros); Sonhos lúcidos (A pessoa está sonhando, sabe que está sonhando e consegue controlar o que está acontecendo. Esta pessoa consegue se encontrar com outras pessoas pelo seus sonhos e depois quando acorda, descobre que a pessoa com quem sonhara tivera o mesmo sonho com as mesmas pessoas e as mesmas coisas)Pesadelos (Significa medo de alguma coisa na vida real e que precisa ser confrontado);  Sonhos previsíveis (A pessoa que está sonhando alega que certos eventos irão acontecer no futuro);  Sonhos repetitivos (Se  sonha com a mesma coisa mais de uma vez, isso quer dizer que alguma coisa está  preocupando na vida real);  Sonhos sensuais (É natural sonhar com esse tipo de coisa em qualquer estágio da existência).
  Existem múltiplas formas de entender os sonhos. A melhor maneira é seguir o modo de  pensar, sentir, o histórico vivencial pessoal e a intuição; sempre referenciando o momento atual, os seus fatos e circunstâncias que estão acontecendo para cada determinada pessoa.
Os Sonhos interferem no desempenho psicológico de cada indivíduo e quando interrompidos por qualquer agente ou fato externo, apresentam sintomas pessoais de dificuldade de concentração, irritabilidade, alucinações e sinais de psicose.
Dados sobre a performance dos sonhos: Se esquece 90% dos  sonhos. Dentro de 5 minutos após acordar, metade do sonho já foi esquecido. Depois de 10 minutos 90% já foi esquecido.
Só sonhamos o que sabemos. Os sonhos estão freqüentemente cheios de aspectos, imagens e pessoas estranhas. A mente não está inventando isto; são manifestações de algo visto em algum momento da existência da  pessoa que sonha com estas configurações não mais lembradas ou sabidas. Todos já viram centenas de milhares de rostos, fatos, objetos e outros durante a existência, por isso existe uma infinidade de personagens, fatos, objetos, cenários e afins, para o cérebro utilizar durante os sonhos.
Cerca de 12% das pessoas sonham exclusivamente em preto e branco. As pessoas também tendem a ter temas comuns em sonhos. Os sonhos usam uma linguagem profundamente simbólica. A mente inconsciente tenta comparar o sonho a algo  que é semelhante. Mas nunca compara algo a ele mesmo. Assim, qualquer símbolo do sonho que o inconsciente utiliza, ele assemelha a outras coisas.
Durante o ronco não se sonha.  As Crianças não sonham sobre si mesmas até por volta dos 3 anos e tem mais pesadelos que os adultos até a idade de 7 ou 8 anos.   Se alguém for despertado fora do REM (Rapid Eye Movement), fica mais propenso a lembrar o que sonhou, de uma forma mais viva, do que lembraria se tivesse sido acordado de uma noite de sono completa. Do ponto de vista cognitivo, sonhar pode colaborar em ajustes importantes no aprendizado.
A função do sonho: É uma atividade mental baseada na vivência atual e prévia, como um evento biológico fascinante. Enquanto o corpo está  inerte e paralisado, a mente vaga por contextos intrigantes, fantásticos, improváveis e livres da contenção da realidade. A mente deixa a matéria e vaga por dimensões alternativas e desejos reprimidos afloram do subconsciente; com um poder premonitório expresso em uma simbologia universal. Todos os saudáveis sonham e é um evento universal e fisiológico. Sonha-se cerca de 4 a 5 vezes por noite, em uma fase do sono chamada de sono-REM, com durações de 5 a 30 minutos, significa dizer que sonha-se cerca de 6 anos do tempo de existência pessoal. Na segunda metade da noite os sonhos são mais intensos e prolongados. O rastro de memória de um sonho é muito tênue, por isso se esquece grande parte do que se sonha. Para lembrar-se de um sonho é preciso acordar durante ele ou bem próximo dele.

O sonho é uma criação cerebral e fisiológica. Durante o sono ocorre lentificação progressiva da atividade cerebral, redução da percepção do ambiente externo e relaxamento muscular. A atividade cerebral se altera, surge franca atividade cognitiva, várias áreas e funções se ativam, como a memória, emoções, a criatividade, os olhos passam a se mover de um lado para o outro, mesmo abaixo das pálpebras. É como se o cérebro despertasse para dentro de si. A despeito dessa franca atividade o corpo mantém-se inerte e paralisado, e a franca redução da percepção do ambiente ao seu redor. É um momento fisiológico único, aonde o cérebro fecha suas entradas sensoriais e suas saídas motoras, mas apresenta franca atividade mental.
O sonho apresenta diversas funções. Do ponto de vista cognitivo, ele tem funções de ajustes importantes no aprendizado. É um exercício mental de criatividade, confrontação de dilemas conscientes e inconscientes, e autoconhecimento. O enredo do sonho é fruto de um emaranhado de memórias com intenso componente emocional e fantasioso. Grande parte do que sonha-se de noite refere-se a coisas que vivencia-se  no dia anterior ou nos dias anteriores. O sonho é contexto com personagens, símbolos, alegorias, ambientes que afloram do arsenal de vivências, mas dispostos de forma meio errática. Mistura pessoas que nunca se encontraram, ambientes distantes, pessoas mortas, eventos sobrenaturais. A possibilidade de manipular sonhos existe. Como é fruto de força consciente e inconsciente algumas pessoas conseguem estabelecer intervenção no enredo e desenrolar do sonho. Para tal, é preciso uma certa predisposição genética, treinamento e muita concentração. É possível resolver um problema real dentro de um sonho. Porque o sonho é uma amostra mental totalmente livre e improvável. Esse é um ambiente ótimo para o raciocínio criativo. No meio de muita coisa estranha pode surgir um pensamento que foge ao senso comum, uma solução inédita e absolutamente brilhante. Sonhamos com o que vivemos. Se estivermos imersos em um determinado problema, esse problema será abordado seguramente durante nossas noites, podemos vivenciar a resposta no meio de um sonho ou acordar com a idéia pronta na cabeça. Nosso cérebro trabalhou para isso.
Podemos lembrar os sonhos. É fundamental se concentrar antes de dormir e colocar na cabeça que se quer recordar do sono. Precisa acordar dentro de um sonho ou próximo dele. Para recordar lá pelas 5 ou 6 da manhã, nesse horário os sonhos são mais vívidos e duradouros. Deixar um papel e uma caneta ao lado da cama, ao despertar concentrar-se apenas no sonho em curso e anote o máximo de informação para reconstruir o sonho. É possível sonhar sempre com a mesma coisa. Porque existem sonhos recorrentes. Isto é comum quando se está imerso em alguma atividade mais tensa e estressante, pessoas que passaram por traumas emocionais intensos, como tragédias, violência, acidentes, perdas. O estresse pós-traumático traz sonhos recorrentes ligados diretamente ou simbolicamente ao trauma ocorrido. É necessário inibir o pensamento onírico recorrente.
É possível um estímulo ambiental real intervir em um sonho em andamento. Um evento externo relevante pode adentrar um sonho e ser incorporado a ele, é uma intrusão. Isto pode gerar uma sensação de realidade, fazendo com o que estiver sonhando pratique atos como se estivesse em cada situação sonhada.
A pessoa dorme para economizar energia, para fazer manutenção do corpo e para consolidar a memória. Enquanto se dorme o corpo consome menos energia, por estar imóvel e relaxado. A segunda função do sono é ligada com os processos reparadores que o corpo executa enquanto dorme. não dormir mata. A explicação: o nível de células brancas no sangue aumenta bastante, atingindo a mesma quantidade registrada em pessoas feridas. As células brancas são o elemento central do sistema imunológico. O organismo libera hormônios como cortisol e adrenalina, a pressão sanguínea aumenta, o metabolismo se desregula, e a pessoa sente uma vontade incontrolável de comer carboidratos. Em seguida, começam as alucinações. A partir do terceiro dia sem dormir, perde-se a capacidade de raciocínio, acontece a paranóia e o enxergar coisas que não existem. Não dormir, ou dormir mal, é a raiz de doenças neurológicas gravíssimas. Porque o cérebro aproveita o sono para fazer uma limpeza, descartando as células mortas e moléculas da proteína beta-amiloide, cujo acúmulo impede as conexões entre neurônios.
O cérebro não fica desligado enquanto  dorme. O sono é neurologicamente agitado, com quatro etapas que se sucedem e se repetem durante a noite. A mais interessante é  a quarta, identificada pela sigla REM  (movimento rápido dos olhos). É o momento em que a pessoa mais descansa, e a fase em que ela sonha, movendo os olhos rapidamente, como se estivesse vendo coisas.
Quando uma memória se forma na mente, o cérebro constrói uma relação semipermanente entre os neurônios envolvidos com aquilo. E o cérebro fortalece as ligações entre essa rede de neurônios. Quando  se lembra sobre algo memorizado, aquele mesmíssimo conjunto de neurônios será acionado  e todos os seus detalhes do memorizado voltarão à  mente. Assim que a memória humana funciona.
A memória também age enquanto se dorme. Quando se vivencia algo durante o dia,  aquela memória reaparece, muitas vezes exagerada ou distorcida, durante os sonhos. Os acontecimentos costumam aparecer nos sonhos pelo menos três vezes: na primeira, na quinta e na sétima noite de sono após vivenciados, causado pela homeostase sináptica. Durante o sono, o cérebro desfaz algumas das conexões entre neurônios, ele apaga memórias. O corpo libera ácido gama-aminobutírico, uma substância que enfraquece as relações entre os neurônios e deleta algumas das memórias adquiridas durante o dia. Com o objetivo de liberar capacidade cerebral, para que o indivíduo continue sendo capaz de aprender coisas novas. Durante o sono, os neurônios do hipocampo, região cerebral que coordena a formação de memórias, disparam ao contrário. Emitem sinais elétricos na direção oposta de quando a pessoa está acordada. Isto é um indício de que há memórias sendo apagadas. Para determinar quais lembranças são menos importantes e podem ser deletadas, o cérebro vê se elas têm ligação com outras informações já armazenadas na  mente.
Este apagamento acontece na terceira fase do sono, que antecede os sonhos. Quando os sonhos começam, é possível que o cérebro ainda esteja sob influência da destruição de memórias, ou haja resíduos incompletos delas  e isso explique o teor de fantasia nos sonhos. Há conexão entre sono, memória e aprendizado. A capacidade de aprender é maior de manhã, logo após acordar, do que de noite. Dormir ajuda a aprender. É possível aprender dormindo. Estímulos externos durante o sono podem ter influência sobre o aprendizado. É possível reforçar a aprendizagem enquanto se dorme; é possível reforçar, dormindo, a memorização de algo que se aprendeu acordado.
“Quanto mais pesquisamos, mais  sentimos a necessidade de aprofundamento na melhor forma de ser, fazer, ter e as demais variáveis e condicionantes existenciais. (EM).”





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