terça-feira, 1 de novembro de 2011

ANDRAGOGIA


ANDRAGOGIA
Por Ernídio Migliorini      E-mail: ernidio@hotmail.com
Andragogia é a arte e ciência de ajudar o adulto aprender.
Os cinco princípios da Andragogia:
1. Autonomia:
o adulto sente-se capaz de tomar suas próprias decisões, auto-administrar-se e gosta de ser percebido e tratado como tal pelos outros.
2. Experiência:
a experiência acumulada pelos adultos oferece uma excelente base para o aprendizado de novos conceitos e novas habilidades.
3. Prontidão para a Aprendizagem:
o adulto tem maior interesse em aprender aquilo que está relacionado com situações reais de sua vida.
4. Aplicação da Aprendizagem:
as visões de futuro e tempo do adulto levam-no a favorecer a aprendizagem daquilo que possa ter aplicação imediata, o que tem como corolário uma preferência pela aprendizagem centrada em problemas em detrimento de uma aprendizagem centrada em áreas de conhecimento.
5. Motivação para Aprender:
os adultos são mais afetados pelas motivações internas que pelas motivações externas.  Lembrando  que as motivações externas estão ligadas seja ao desejo seja de obter prêmios ou compensações seja ao desejo de evitar punições; motivações internas estão ligadas aos valores e objetivos pessoais de cada um.

Decorrem desses princípios alguns conceitos importantes para o projeto de ambientes e processos educacionais voltados a adultos; entre eles estão os seguintes:
-Os adultos querem entender o porquê da necessidade de aprender uma certa coisa,
-  gostam de aplicar seu conhecimento prévio no processo de aprendizagem,
-  interessam-se mais pela aprendizagem de coisas que possam aplicar imediatamente,
- os processos de aprendizagem voltados a adultos devem ser centrados em problemas e não em conteúdos .


Trabalhar com as mentes e os corações é algo de valor inestimável.
E como o professor também é um ser inacabado, a experiência numa sala de aula pode e deve ser uma grande oportunidade de ensinar aprendendo e aprender ensinando.
No cômputo final, o resultado será uma grande experiência conjunta que faculta a ambas as partes momentos de embelezamento mútuo.
Se  tens o elemento humano sob sua responsabilidade, lembre-se da importância dessa nobre tarefa e seja um artista dedicado a embelezar as almas dos seus educandos, pois é de almas belas e nobres que a humanidade precisa.
E não serão somente as instruções formais que irão captar, mas, acima de tudo, essas almas absorverão suas vibrações de amor, dedicação e entusiasmo com que se dirige a todos.  Ensinar é uma arte que requer mais do que simplesmente transferir informações. É a sabedoria de criar possibilidades para que cada aluno se produza e se construa a si mesmo com os elementos de reflexão que recebe do seu mestre.
As fases etárias:
Crianças são seres indefesos, dependentes. Precisam ser alimentados, protegidos, vestidos, banhados, auxiliados nos primeiros passos, Durante anos se acostumam a esta dependência, considerando-a como um componente normal do ambiente que as rodeia. Na idade escolar, continuam aceitando esta dependência, a autoridade do professor e a orientação deles como inquestionáveis. 
 A adolescência vai mudando este status quo. Tudo começa a ser questionado, acentuam-se as rebeldias e, na escola, a infalibilidade e autoridade do professor não são mais tão absolutas assim. Alunos querem saber por que devem aprender geografia, história ou ciências. 
 A idade adulta trás a independência. O indivíduo acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não sabe e o quanto este desconhecimento faz-lhe falta. Escolhe uma namorada ou esposa, escolhe uma profissão e analisa criticamente cada informação que recebe, classificando-a como útil ou inútil. 
 Esta evolução é ignorada pelos sistemas tradicionais de ensino. Nossas escolas, nossas universidades tentam ainda ensinar a adultos com as mesmas técnicas didáticas usadas nos colégios primários ou secundários. A mesma pedagogia é usada em crianças e adultos, embora a própria origem da palavra se refira à educação e ensino das crianças (do grego paidós = criança). 
APERCEBENDO-SE DA DIFERENÇA 
 Linderman, E.C, em 1926, pesquisando as melhores formas de educar adultos para a "American Association for Adult Education"  escreveu: 
"Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e professores são os pontos de partida, e os alunos são secundários. ... O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido. ... Grande parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimento de outrem ". 
"nós aprendemos aquilo que nós fazemos. A experiência é o livro-texto vivo do adulto aprendiz".

Lança assim as bases para o aprendizado centrado no estudante, e do aprendizado tipo "aprender fazendo".   
 A partir de 1970 , Malcom Knowles trouxe a tona as idéias plantadas por Linderman. Publicou várias obras, entre elas "The Adult Learner - A Neglected Species" (1973), introduzindo e definindo o termo ANDRAGOGIA - A ARTE E CIÊNCIA DE ORIENTAR ADULTOS A APRENDER.  
Kelvin Miller afirma que estudantes adultos retém apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo prazo. As informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra. 
Segundo Knowles, à medida que as pessoas amadurecem, sofrem transformações: 
Passam de pessoas dependentes para indivíduos independentes, autodirecionados. 
Acumulam experiências de vida que vão ser fundamento e substrato de seu aprendizado futuro. 
Seus interesses pelo aprendizado se direcionam para o desenvolvimento das habilidades que utiliza no seu papel social, na sua profissão. 
Passam a esperar uma imediata aplicação prática do que aprendem, reduzindo seu interesse por conhecimentos a serem úteis num futuro distante. 
Preferem aprender para resolver problemas e desafios, mais que aprender simplesmente um assunto. 
Passam a apresentar motivações internas como desejar uma promoção, sentir-se realizado por ser capaz de uma ação recém-aprendida, ca vez  mais intensas que motivações externas como notas em provas, por exemplo.
 
Em 1980, Brundage e MacKeracher estudaram exaustivamente a aprendizagem em adultos. Wilson e Burket (1989). Robinson (1992).
 
Características da Aprendizagem
Pedagogia
Andragogia
Relação Professor/Aluno
Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem
A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem.
Razões da Aprendizagem
Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um curriculo padronizado)
Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária).
Experiência do Aluno
O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor
A experiência é rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo.
Orientação da Aprendizagem
Aprendizagem por assunto ou matéria
Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para  a solução .
 
Aplicam-se estes princípios para a administração de recursos humanos. A capacidade de autogestão do próprio aprendizado, de auto-avaliação, de motivação intrínseca são bases para um programa onde empregados assumam o comando de seu próprio desenvolvimento profissional, com enormes vantagens para as empresas. Uma gestão baseada em modelos andragógicos poderá substituir o controle burocrático e hierárquico, aumentando o comprometimento, a auto-estima, a responsabilidade e capacidade de grupos de funcionários resolverem seus problemas no trabalho. 
APLICAÇÃO DA TEORIA ANDRAGÓGICA NA APRENDIZAGEM DE ADULTOS. 
Migrar do ensino clássico para os novos enfoques andragógicos é trabalhoso. O corpo docente envolvido nesta migração precisa ser bem preparado, inclusive através de programas andragógicos. Burley (1985). 
Os adultos têm experiências de vida mais numerosas e mais diversificadas que as criança. Uma rica fonte de consulta estará presente no somatório das experiências dos participantes. Métodos experienciais. Compartilhamento dos conhecimentos já existentes. Propondo Problemas, Novos Conhecimentos e Situações sincronizadas com a Vida Real.  Os adultos vivem a realidade do dia-a-dia. Portanto, estão sempre propensos a aprender algo que contribua para suas atividades profissionais ou para resolver problemas reais. O mesmo é verdade quando novas habilidades, valores e atitudes estiverem conectadas com situações da vida real. 
 Fonte:                                                           A Andragogia (Knowles)                                    
Paula de Waal e Marcos Telles - Junho, 2004 / Andragogia: A Aprendizagem nos Adultos
 
Prof. Roberto de Albuquerque Cavalcanti   

“Aprender fazendo é ganhar tempo e garantir resultados. (EM).”
 



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