sábado, 8 de fevereiro de 2020

FOTOGRAFIA


FOTOGRAFIA
E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
A fotografia foi inventada em 1826.
A fotografia é uma nova forma.
Ela não muda mesmo quando as pessoas mudam.
A fotografia não captura as pessoas quando as fotografa. O que faz é tirar um pedacinho delas.
A fotografia é feita para fotografar a existência das pessoas, os rápidos momentos desta existência.
A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-las.
Nós não tiramos uma foto, criamos uma foto.
A fotografia é uma viagem às melhores recordações.
Não há regras de boas fotografias, existem apenas boas fotografias.
Quando o mundo se tornar confuso, nos concentraremos em fotografias.
A fotografia é a resistência da memória.
 O primeiro papel da fotografia é selecionar e destacar um campo significante limitá-lo pelas bordas do quadro, isolá-lo da zona circunvizinha que é a sua continuidade censurada. O quadro da câmera é uma espécie de tesoura que recorta aquilo que deve ser valorizado, que separa o que é importante para os interesses da enunciação do que é acessório, que estabelece logo de início uma primeira organização das coisas visíveis.
A fotografia é conhecida como espelho do mundo, só que um reflexo dotado de memória. As câmeras dialogam com informações luminosas que derivam do mundo visível, há nelas uma força muito mais que reprodutora.
A máquina fotográfica é um espelho dotado de memória, porém incapaz de pensar.
 Fotografar é recortar um determinado espaço em uma específica fração de tempo.
 A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registro da realidade.
O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.
Fotografar é uma maneira de ver o passado. Fotografar é uma forma de expressão, o “congelamento” de uma situação e seu espaço físico inserido na subjetividade de um realismo virtual. Fotografar é um modo de comunicar e informar. Seguindo o raciocínio, a linguagem visual fotográfica além de ser mais forte não é determinada por uma língua padrão, não precisando assim de uma tradução, Fotografar é imortalizar um momento único ao qual não se poderá mais voltar, senão por meio daquele registro. Nada mais que um simples clique, um momento, um único e eterno registro.
Boa foto abre imaginação traz emoção.
A fotografia reproduz ao infinito só ocorre uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente.
Uma fotografia é um instante de existência capturado para a eternidade.
Fotografar é conseguir captar o que existe atrás do que se vê com os olhos… é ver através de uma parede invisível.
Poderemos ficar horas e horas olhando para uma imagem e voltar a ela daqui a dez anos. Mas a sua interpretação sobre a mesma cena será outra, pois nós já não somos a mesma pessoa.
 Que sejamos mais guardados na memória, mais do que nas fotos.

A fotografia é a maneira de capturar momentos que merecem ser vistos de novo.
 Eu encaro minhas fotografias como expressão da realidade que está em minha volta, de como eu a sinto e a vejo.
Fotografar é desenhar, utilizando a luz como pincel, a natureza como tinta e o filme como tela, podendo assim imortalizar aquela imagem ou momento escolhido, enquanto o mundo segue em contínua mutação.
O que está impresso na fotografia é a realidade pura e simples.
A fotografia como transformação do real, como o vestígio da realidade.
As fotografias nos impressionam, nos comovem, nos incomodam, enfim imprimem em nosso espírito sentimentos diferentes.
Apreciamos fotografias, as colecionamos, organizamos álbuns fotográficos, em que narrativas engendram memórias. Em ambos os casos é a marca da existência das pessoas conhecidas e dos fatos ocorridos que salta aos olhos e nos faz falar.
A fotografia vem acompanhando o mundo contemporâneo, registrando sua história numa linguagem de imagens.
Cabem as perguntas: como interpretar as imagens produzidas no passado? Qual a natureza da produção imagética? Essa produção é invariável ou possui condicionantes históricos? Será a imagem das pinturas, dos desenhos, da estatuária sagrada, dos vitrais das capelas medievais, da mesma natureza que as imagens técnicas, a exemplo das do cinema e da fotografia?
A fotografia transforma o tempo em espaço e o espaço em tempo.
A fotografia representa um momento de existência, de morte, uma paisagem que tinham um significado naquele instante, e fora desse instante não é provável que somente por meio de uma foto se consiga transmitir informação. Tal comunicação se torna possível com uma sequência de fotos, que é o principio do cinema. A imagem estática, incomunicável tornasse parte de nosso mundo realizando um desejo de que a representação se funde cada vez mais com a obra única e completa, a existência.



      Independente do fato de a fotografia ser ou não uma forma segura de comunicação, é seguro dizer que ela causa um impacto social e político na medida em que percebemos que seu conteúdo é uma das coisas mais valorizadas. Nosso desejo se materializa na imagem.
O homem não olha mais para um real a partir do qual vai criar determinadas imagens e das quais ele seria o seu referencial primeiro. Agora, o homem olha primeiro as imagens para depois compará-las com algo que ainda possui o nome de "real", mas que não tem mais o mesmo estatuto de realidade que possuía anteriormente.
A fotografia tem um poder incrível de transmitir uma mensagem, de eternizar momentos... nela tudo fica para sempre.
Não percamos nunca uma oportunidade de fotografar nossa história, as diversas fases de nossa existência. Tudo é muito grandioso e não pode ficar apenas em nossas memórias. A melhor fotografia é aquela feita com o coração!
A fotografia tem o poder de criar algo que eternize a existência das pessoas.
“Com certeza a fotografia vai além de registrar imagens, ela tem um significado espiritual e místico, guardadas as proporções. (EM)”

Um comentário:

  1. Ernidio, parabéns pelo excelente texto! Tenho grande admiração por imagens. Fotografo e entrego aos olhares e interpretações dos apreciadores, da mesma maneira que você entrega seus escritos instigadores de reflexões. Bravo! Gostei muito.

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