quarta-feira, 20 de setembro de 2017

ITÁLIA

ITÁLIA
Descendente de Italianos, vindos de Vicenza, Veneto, Itália.
A Itália país da Europa meridional, fronteira ao norte com França, Suíça, Áustria e Eslovênia, forma uma península no mar Mediterrâneo e inclui duas ilhas, a Sicília e a Sardenha. Historicamente influenciada pelos  etruscos, gregos e celtas. Unificada em 262 a.C. sob o domínio romano. Roma é a capital da Itália. O nome Itália vem do fato de os romanos chamarem de Itália ao sul da Península Itálica ou Apenina, que significa terra de bois ou terra de pastos.
A Itália influenciou intensamente para o desenvolvimento cultural e social de toda a Europa mediterrânea e sobre toda a cultura europeia. No terceiro milénio a.C., foi povoada por populações mediterrâneas que ali se estabeleceram. No segundo milénio a.C., com as migrações indo-europeias, instalou-se uma civilização específica, dos terramares, na planície do Pó; os últimos a chegar, os vilanovianos, praticavam a incineração e faziam uso do ferro. Aproximadamente 1 000 a.C., dois grupos itálicos, ou italiotas constituíram o cerne da população da Itália. No século VIII a.C., os etruscos instalaram-se entre o Pó e a Campânia, dominando a região central da península Itálica durante séculos; os gregos estabeleceram colônias e postos comerciais na Sicília e na costa meridional da Itália, a Magna Grécia. No século IV a.C., os celtas ocuparam a planície do Pó. A civilização etrusca conheceu seu apogeu nos séculos V e VI a.C.
A realeza ou monarquia romana vai desde as origens de Roma à queda da realeza em 509 a.C. Vai desde o momento lendário de sua fundação em 21 de abril de 753 a.C., até o final da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo foi expulso, instaurando-se a República Romana.
A República Romana, do latim res publica, "coisa pública" é o Estado romano e suas províncias desde o fim do Reino de Roma em 509 a.C.  Sendo que o Império Romano foi estabelecido em 27 a.C.
Roma aproveitou-se das dissensões entre os diferentes povos da Itália para conquistar progressivamente o conjunto da península, dominando ao mesmo tempo, depois de derrotar Cartago, o conjunto do Mediterrâneo ocidental. O latim, a língua do vitorioso, impôs-se em toda a Itália. Entre 91 a.C. e 89 a.C., a Guerra Social obrigou Roma a conceder a cidadania romana a todos os habitantes da península Itálica. Entre 58 a.C. e 51 a.C., com Júlio César, a Itália conquistou a Gália.
O Império Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por uma forma autocrática de governo. O Império Romano sucedeu à República Romana que durou 509 a.C. até 27 a.C. e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e Sula e pela guerra civil de Júlio César contra Pompeu. Júlio César foi indicado como ditador perpétuo em 44 a.C., Em 2 de setembro de 31 a.C. ocorreu a vitória do herdeiro de Otaviano na Batalha de Áccio. O senado romano outorgou a Otaviano o título honorífico augusto em 16 de janeiro de 27 a.C. a.C. Otávio incorporou a Gália Cisalpina à Itália, empurrando as suas fronteiras para o norte.
A partir de Augusto, a Itália tornou-se o centro de um vasto império. O cristianismo, introduzido no século I e perseguido durante muito tempo, triunfou no século IV em Roma, que se tornou a sede do papado.
No século IV, o imperador Constantino reconstruiu e ampliou a cidade grega de Bizâncio, chamando-a de "Nova Roma". Após sua morte, a cidade foi renomeada Constantinopla, atual Istambul e gradualmente transformou-se na capital do Império, originando o que mais tarde seria chamado de Império Bizantino. Roma permaneceu como capital do Império do Ocidente até sua queda em 476 d.C.. Após a morte do imperador Teodósio, em 395 d.C., o império foi definitivamente dividido em dois.
No século V, com as invasões bárbaras, o Império do Ocidente reduziu-se à Itália, que não foi poupada. Alarico, rei dos visigodos, saqueou Roma em 410 d.C.. Seguiu-se o saque do vândalo Genserico em 455 d.C..
Em 476 d.C., Odoacro, rei dos hérulos, depôs o imperador Rômulo Augusto, dando fim ao Império Romano do Ocidente, e assumindo o título de rei da Itália. Esta data marca o início da Idade Média.
Em 488 d.C., Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos, invadiu a Península Itálica e se proclamou soberano absoluto, mas após sua morte em 526 d.C., seu reino entrou em decadência. Justiniano, imperador romano do Oriente, restabeleceu a autoridade bizantina na maior parte da península e Ravena tornou-se capital da Itália bizantina.
Em 568 d.C., os lombardos,  povo germânico, invadiram a península e a controlaram quase toda, com exceção do enclave bizantino ao norte, o Exarcado de Ravena. Além do Reino Lombardo, os lombardos fundaram os ducados de Espoleto e Benevento.
A partir de então, a Itália teve três capitais: Roma, sede do papado; Ravena, onde ficava o exarca, representante do imperador; Pavia, onde se tinha fixado o rei lombardo.
Em 560 d.C., o novo e enérgico rei lombardo Alboíno derrotou os vizinhos gépidas, os fez seus súditos e, em 566 d.C., casou sua filha Rosamund com o rei Cunimond. Na primavera de 568 d.C., Alboíno liderou os lombardos junto com outros povos germânicos, bávaros, gépidas, saxões e búlgaros, através dos Alpes, com uma população de 400.000 a 500.000 pessoas, para invadir o norte da península Itálica, derrotando os bizantinos e fundando o Reino Lombardo.
Depois da morte de Alboíno, em 572 d.C., ocorreu um vazio no poder que propiciou a união de diferentes grupos sob o comando de um líder regional chamado duque. Os lombardos, como fizeram anteriormente os godos, abraçaram o credo denominado arianismo, o que originou contínuos confrontos religiosos com os habitantes nativos do país, majoritariamente católicos. Por fim, a conversão à fé católica do rei lombardo Agilolfo, que reinou entre 590 d.C. e 615 d.C. trouxe no seu bojo um período de relativa calma. Os lombardos, que pretendiam consolidar seu poder político, começaram a fazer incursões no território papal. Em 754 d.C., o papa Estêvão II pediu ajuda aos francos, convertidos à fé católica um século antes.
No século VIII, o papa pediu ajuda aos francos contra os avanços lombardos. Sob a forte liderança de Pepino, o Breve, e posteriormente de seu filho, Carlos Magno, os francos derrotaram os lombardos e depuseram seu último rei. Graças à proteção de Pepino e Carlos Magno, constituíram-se os Estados Pontifícios. Em 774 d.C., Carlos Magno proclamou-se rei dos lombardos.
Em 775 d.C., Carlos Magno estabeleceu com o papa Leão III o acordo que por um lado permitiu-lhe ser ungido como imperador do Sacro Império Romano-Germânico pelo papa, por outro lado o comprometeu a promover a difusão do cristianismo em seus domínios, respeitando Roma como sede do cristianismo, defendendo-a inclusive das investidas do Império Bizantino. Seu domínio na península Itálica se concentrou na Lombardia, ao Norte que passou a fazer parte do Império Carolíngio, enquanto ao sul de Roma, os conquistadores árabes da Sicília e o Império Bizantino disputavam o domínio.
A influência carolíngia,  foi dificultada no século IX com as incursões sarracenas e normandas no Sul, e a fragmentação feudal. Após 875 d.C., os imperadores renunciaram à defesa da Itália, que, dado o enfraquecimento do papado, caiu na anarquia (século X).
No século X, o rei da Germânia Otão I foi coroado imperador em Roma em 962 d.C. e a Itália foi integrada ao Sacro Império Romano Germânico. As cidades do norte da atual Itália passaram a ficar mais independentes entre si, tornando-se importantes centros econômicos e políticos. Nos meados do século XI, o papado reagiu, sacudindo o jugo imperial.
Os longos conflitos entre o papa e o imperador  de 1073 a 1266, dos quais a Itália foi, com frequência, o principal alvo, debilitaram, na realidade, os dois poderes, enquanto nascia nos séculos XI-XII uma Itália comercial, urbana, independente e rica.
A Questão das Investiduras (1075-1122) encerrou-se com a vitória do papado sobre o império. Apoiados por Roma, os normandos de Roberto de Altavila criaram um reino no Sul da Itália. Entre 1122-1250, surgiu a força  das cidades, erigidas em comunas e enriquecidas pelo crescimento econômico (Pisa, Gênova, Florença, Milão e Veneza). O conflito entre Roma e o Império recrudesceu com a querela do Sacerdócio e do Império (1154-1250), permitiu ao imperador Frederico I conquistar o reino normando, as cidades obrigadas a envolver-se nele e dilaceraram-se entre guelfos (partidários do papa) e gibelinos (partidários do imperador).
No século XIII o poder nas cidades, passou às mãos de potentados. Na Itália do Norte, dominavam quatro grandes cidades-estados (Florença, Gênova, Veneza e Milão), e San Marino é uma remanescente das cidades-estados setentrionais. Na Itália central, o papado, forçado a deixar Roma por Avinhão (1309 - 1376), foi enfraquecido pelo Grande Cisma do Ocidente (1378-1417). O Sul da Itália foi entregue a Carlos de Anjou e a Sicília, à coroa de Aragão. O Sul da península ficou dividido pelas lutas entre os angevinos e os aragoneses (séculos XIV-XV).
No século XIV, a península Itálica foi campo de batalha para os franceses, os aragoneses e os suíços. No final do século XV, a Itália foi invadida pela França e, mais tarde, pelo imperador Carlos V, que subjugou a maior parte do território em 1550. A França, pelo Tratado de Cateau-Cambrésis, renunciou às suas pretensões à parte transalpina (1559), e os aragoneses, herdeiros de Carlos V na Itália, dominaram o sul da península durante dois séculos.
O século XIV foi de grande desenvolvimento comercial nas quatro repúblicas marítimas, Veneza, Génova, Pisa e Amalfi, e financeiro em Florença. O desenvolvimento econômico e a riqueza da Itália geraram um grande desenvolvimento cultural e artístico, o Renascimento, que se irradiou pela Europa. Nesta época Dante Alighieri escreveu A Divina Comédia em dialeto neolatino toscano. A língua italiana atual evoluiu a partir deste dialeto.
No século XV, surgiu no norte o Ducado de Saboia. Nas cidades, onde famílias principescas sobrepujaram o regime republicano ocorreu o apogeu do Renascimento em Florença.
O Renascimento foi a ponte entre e Idade Média e a Era Moderna. O saber passou a ser o centro de todas as atenções. A Itália ofereceu à humanidade na Pintura e Escultura: Michelangelo, Rafael, Ticiano, Tintoretto e Leonardo da Vinci; na Arquitetura: Filippo Brunelleschi; na Física: Leonardo da Vinci, o eclético; nas Ciências Políticas: Maquiavel; nas Ciências Contábeis: Luca Pacioli.
A influência da Igreja Católica foi muito grande. Roma estabeleceu confrontos abertos com as cidades-estados apoiada por potências estrangeiras. O papa Alexandre VI favoreceu a influência espanhola na Itália, (1559-1700).
O domínio espanhol e austríaco (séculos XVII - XVIII), o desmembramento extremo do país e o deslocamento das vias marítimas em detrimento do Mediterrâneo provocaram o declínio econômico da península. Pouco a pouco, as velhas cidades perderam a sua influência em proveito do Reino da Sardenha (casa de Saboia). Em 1860 Unificação de Itália e anexação francesa de Nice e de Saboia.
No século XVIII, o Tratado de Utrecht 1713) submeteu a Itália à dominação dos Habsburgo da Áustria.  Toscana, Nápoles e Parma retornaram às mãos dos Bourbon da Espanha (1734). Entre 1792 e 1799, a Itália permaneceu sob a influência da França, que anexou a Saboia e Nice e ocupou a República de Gênova. Foram instituídas efêmeras "repúblicas irmãs". Entre 1802 e 1804, Napoleão Bonaparte conquistou o conjunto da península e instituiu, no norte, a "República Italiana". Entre 1805 e 1814,  tornou-se Reino de Itália, tendo Napoleão Bonaparte como soberano; o reino de Nápoles, ocupado em 1806, foi confiado a José Bonaparte e depois (1808) a Joaquim Murat.
Em 1814, a Itália com 12 estados. A dominação austríaca foi restaurada no norte e no centro. A oposição dos italianos ao domínio austríaco manifestou-se em um sentimento cada vez mais forte em favor da unidade nacional e da independência, cujo sintoma foi o nascimento de uma rede de sociedades secretas que desempenharam um papel de vital importância no transcurso das revoluções de 1820, fortemente reprimidas pela Áustria.
Entre 1820 e 1821 conspirações de sociedades secretas (carbonários) contra o retorno do absolutismo. Entre 1831 e 1833, novas revoltas, inspiradas pelo republicano Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália.
As insurreições liberais e nacionais não obtiveram resultado em 1820, 1831 e 1848. As novas forças do Risorgimento criaram esperanças de independência dos governos austríaco e francês. O Reino da Sardenha com Carlos Alberto, Vítor Emanuel II e seu ministro Cavour obteve o apoio da França. Em 1859, as tropas franco-sardas derrotaram a Áustria  que foi obrigada a deixar a Lombardia. Em 1860, a França recuperou Nice e a Saboia. A união dessas regiões com o Piemonte deu origem a movimentos revolucionários na Itália central e no Reino de Nápoles, conquistado por Garibaldi general e herói italiano.
Em 1861 houve a proclamação do reino da Itália, tendo Vítor Emanuel como soberano e Florença a partir de 1865 como capital. Em 1866, o reino ampliou-se com a inclusão do Vêneto. A unificação completa do país foi concluída em 20 de setembro de 1870, quando Roma foi conquistada, tornando-se a capital.
Em 1876, o chefe de governo é Francesco Crispi. Vítor Emanuel II foi sucedido por Humberto I (1878), assassinado em 1900, e por Vítor Emanuel III.
Na Escalada para a África, ministro italiano dos assuntos exteriores, Crispi, reivindicou a colônia da Eritreia (1889), derrotado (1896) na Batalha de Adowa.
Entre 1903 e 1914, Giovanni Giolitti, presidente do Conselho de Ministros, restabeleceu a ordem e o equilíbrio econômico. A política externa resultou na Guerra Ítalo-Turca (1911-1912). Durante o conflito, a Itália conquistou o norte de Trípoli e o Dodecaneso, em 1914, ocupou grande parte da Líbia, declarando-a parte integral do país em 1939. Criou um império colonial na África que incluía, a Líbia, a África Oriental Italiana, composta da Eritreia, Somália Italiana e Etiópia.
A Itália participou da Primeira Guerra Mundial ao lado dos Aliados (1915 a 1918), com a conquista de Trentino, do Alto Adige (ou Tirol Meridional) e  Fiume, atual Rijeka.
Em 1922, Mussolini, foi nomeado primeiro-ministro pelo rei e instaurou o fascismo. Mussolini, o duce (chefe), consolidou a unificação italiana com o "Concordato" com a Igreja Católica que abriu mão de grande parte de seu território, restringindo o Estado do Vaticano a uma pequena área na Cidade de Roma.
O ditador Mussolini determinado a criar um novo Império Romano, invadiu a Etiópia (1935), ligando-a à Eritreia e à Somália Italiana para formar a África Oriental Italiana, e a Albânia (1939). Em junho de 1940, Mussolini, que constituíra em 1936 o Eixo Roma–Berlim e, em 1939, assina com o III Reich o pacto de Aço, entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado do Japão e da Alemanha de Hitler. A queda e a prisão de Mussolini em 1943. Um governo presidido pelo marechal Badoglio assinou o armistício e declarou guerra à Alemanha. O Duce, libertado pelos alemães, constituiu um governo fascista no norte da Itália, a República Social Italiana (república de Saló), foi detido e fuzilado pelos antifascistas em abril de 1945.
Em 1944, com a abdicação de Vítor Emanuel III, seu filho, Humberto II assume. Em 1946, a república parlamentarista foi proclamada na Itália após um plebiscito (2 de junho de 1946). A assembleia constituinte redigiu o rascunho da Constituição da República Italiana que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. A campanha eleitoral que se seguiu à aprovação da mesma coincidiu com uma intensificação da Guerra Fria e levou a Itália à beira da guerra civil.
O período imediatamente após a guerra foi marcado por um crescimento econômico impressionante e uniforme e por instabilidade política. O democrata-cristão A. De Gasperi, presidente do Conselho (1945-1953), empreendeu a reconstrução política e econômica do país, apoiando-se na aliança com os Estados Unidos.
A Itália recuperou-se amplamente no plano econômico se tornou membro fundador da Comunidade Econômica Europeia (CEE) - atual União Europeia - e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fundada em 4 de abril de 1949. Em 14 de dezembro de 1955, a Itália tornou-se um membro da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Os estados consciente, subconsciente e inconsciente são tão verdadeiros e reais; que a Historia precisa ser escrita para configurar o seu registro memorial. (EM)”. 

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