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PAIDÉIA
E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
A educação
clama por uma nova Paidéia, nos moldes do que aconteceu na Grécia, especialmente
em Atenas, por volta do século V a.C., na época dos Sofistas, que propunham
novas propostas e soluções e novos planos de estudos.
Paidéia, no
grego, significa criação de meninos. Ligada a um ideal de formação educacional
da cultura grego helenista, que procurava desenvolver o indivíduo em todas as
suas potencialidades. Tinha como objetivo ensinar o pensar, o sentir e o agir.
Na Paidéia, um
pedagogo, cujo significado etimológico é preceptor, mestre, guia, um escravo
que conduzia o estudante até os centros, praças ou assembléias, onde ocorriam
as discussões que envolviam pensamentos críticos, criativos, resgates de
cultura, valorização da experiência dos mais idosos. Na metodologia da Paidéia,
os jovens estudavam nas praças ou nas sombras de árvores, discutindo os temas
ligados à realidade junto ao ambiente cotidiano e real, onde vivenciavam o que
estavam debatendo. Existe uma analogia com que ocorre hoje por meio da
tecnologia e da Internet, ensejando aos estudantes acesso à realidade virtual,
no momento em que estão aprendendo.
A formação
da Paidéia grega comparada com o atual estágio da educação, deixa transparecer,
quanto foi perdido, com o passar dos séculos, no quesito de educação de
qualidade. A educação grega era muito avançada em relação aos tempos atuais. Leve-se
em consideração o espírito grego, o desejo, a vontade de evoluir, de educar, eles
sabiam que cuidando bem das suas futuras gerações, melhorariam a vida das
pessoas e teriam um futuro assegurado. Por isto são considerados o berço da
civilização ocidental. Os sintomas da Paidéia grega estão retornando na cultura
ocidental. Educar, para os gregos era algo muito profundo e precioso.
A educação atual passou a servir como
ferramenta para o desenvolvimento econômico, industrial, político e tecnológico.
A Revolução Industrial criou mudanças de ordem econômica, política e cultural,
as pessoas se tornaram acessórios da máquina. Isto exige apenas habilidades
simples, monótonas, fáceis de aprender; capaz de garantir a mão-de-obra
qualificada para atuar em favor do crescimento econômico-industrial. A escola
passou a ter o desafio de instruir os trabalhadores, tornando-os mais
eficientes, mais produtivos e disciplinados. A educação, com a função de treinar,
especializar, capacitar e desenvolver a empregabilidade.
A educação
precisa retomar os objetivos da Paidéia grega, e ensinar a pensar, sentir,
escolher e agir, com acuidade mental, e indivíduos que pensem (inteligência
Cognitiva), tenham empatia (inteligência Emocional) e atitude de agir
(inteligência Volitiva) e desenvolvam a habilidade de buscar a essência,
separar o que é importante e útil daquilo que é dispensável. Com uma
aprendizagem mais individualizada, além das paredes das salas de aulas. As
escolas têm um desafio de construir e promover um projeto pedagógico que
contemple as inovações tecnológicas, promova a interatividade e a participação
efetiva dos estudantes no processo de aprendizagem.
A humanidade
vivencia uma nova era onde a informação está totalmente instantânea e
gratuitamente acessível. E o complexo
processo de ensino e aprendizagem tem novos arquétipos e soluções, como de ir
além do estar informado, de aprender a resolver estandardizamente um problema. O
novo cenário apresenta novas perguntas e novas soluções inimagináveis, com
inovações tecnológicas. Com ensino presencial e online, e aulas mais dinâmicas e flexíveis, assim
o aluno pode escolher como deseja aprender, aproveitando-se de conteúdos
digitais e do aprendizado colaborativo. O sistema de aula invertida, os
estudantes assistem às videoaulas, utilizam materiais interativos para aprender
a teoria em casa, e na escola tiram dúvidas e desenvolvem projetos, promovendo
o autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades necessárias no mercado, a
capacidade de resolver problemas e de argumentar com confiança. Para melhorar o
aprendizado, ensinar o aluno a pensar, sentir, agir e formar cidadãos melhores.
“Educar é muito
mais do que só ensinar. O conectivo deve ser completado com moral e ética, para
uma postura de cidadania. (EM).”
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