segunda-feira, 13 de junho de 2011

PERCEPÇÃO


PERCEPÇÃO
Por Ernídio Migliorini      E-mail: ernidio@hotmail.com

A percepção é um  processo que estrutura os estímulos sensoriais para dar sentido à ação, recolhendo informações, confrontando-as e dando-lhes significado. É um processo sensorial e também intelectual quando atribui significado, com operações seguidas de julgamento preliminar e global.
O sistema sensorial (Olhos, ouvidos, língua, narinas, tato) recebe estímulos do ambiente: cheiros, sabores e imagens primariamente; a seguir o cérebro dá significado a estas informações por um dispositivo químico e elétrico, transformando-as em representação conceitual, gerando cultura, lembranças, imaginação e hábitos.
Os cinco sentidos captam uma amostra reduzida de estímulos, porque não conseguem captar ondas hertzianas, raios ultravioletas, campos magnéticos e a passagem do tempo; que se possibilita com o emprego de aparelhos e instrumentos específicos para tal.
A percepção dá-se por capacidades fisiológicas e referenciais sócio-culturais moldados pela aprendizagem. Acontece mediante a atenção colocada concentradamente sobre um fenômeno. A quebra desta condição é a distração, que gera a dispersão decorrente do acionamento dos  reflexos e a sua reação para outro enfoque.
O interesse e a mobilização mental são decisivos para a ocorrência efetiva da percepção, gerando atenção e concentração no objeto observado. Também interferem, como fatores de construção relevante na percepção, o seu aguçamento, abstração e o vocabulário, conferindo-lhe qualidade da significação.
Atenção é o esforço para examinar um fenômeno, com visualização sucedida de mobilização mental para o seu aprofundamento, motivado pelo interesse do observador. Não existe aprendizagem sem percepção, atenção, concentração e mobilização mental.
Deve ser exercitada a capacidade e habilidade de individualizar as várias imagens de um mesmo cenário; aguçando a percepção e contextualizando-as para um julgamento global. O aguçamento diante do inédito, novo e original, permite visualizar mais de uma representação numa mesma imagem.
A percepção é prejudicada pela mecanicidade habitual decorrente da repetição de prática, que induz o observador a erro e à presunção de predomínio da imagem, bloqueando o que é novo e dispensando a atenção, concentração e mobilização mental.
A palavra tem poder evocador pela abstração e elaboração; todavia a imagem mental construída é fixada naquilo que é evocado, dando limites a outras imagens mentais relacionadas.
Aprender é conseguir ver na mesma imagem mental ou concreta a amplitude das suas potencialidades. Perceber é identificar profunda e verdadeiramente o fenômeno em todas as suas implicâncias jacentes e subjacentes.
       “A existência não seria viável sem ordem e a ordem não aconteceria sem o emprego dos números. (EM).”

Nenhum comentário:

Postar um comentário