CONSULTORIA FINANCEIRA
Por Ernídio Migliorini E-mail: ernidio@hotmail.com
A educação financeira, além da transmissão de conhecimento científico, gera instrumentos e postura para o desenvolvimento crítico próprio e habilidade para lidar com o dinheiro e conquistar a liberdade financeira. Cabe à família educar financeiramente e à escola reforçar. Para desenvolver uma mentalidade adequada e saudável em relação ao dinheiro, que exige perspectiva, treino e disciplina. Sabendo como ganhar, como gastar e como poupar dinheiro.
Os currículos escolares devem conter conteúdos e enfatizar as noções de finanças, economia, matemática financeira, macro e micro economia.
Todo o problema de falta de dinheiro é superável pelo esforço individual, como também é possível elevar-se forte e vitorioso acima de qualquer problema. Nada e nem ninguém fará algo por nós, se nós mesmos não estivermos emprenhados nisto.
A construção da poupança pressupõe a renúncia do consumo imediato em troca de uma recompensa futura.
Nós precisamos saber a hora certa de trabalhar e construir a riqueza e a hora certa de desfrutá-la. É preciso estudar bastante, conseguir emprego, trabalhar muito; nunca gastar tudo, sempre guardar um pouco.
Quem não administra o tostão, nunca chegará ao milhão.
A inteligência financeira é a capacidade de administrar de maneira racional e inteligente os recursos financeiros e econômicos, fazendo-os trabalhar ao seu favor. Os seus detentores, na esfera pessoal, são mais amigos, companheiros, pacientes, engajados e enfrentam os problemas com otimismo e serenidade.
Qualquer pessoa pode desenvolver a inteligência financeira, aprendendo a analisar o seu orçamento mensal, seus investimentos, seu patrimônio, definindo objetivos e ficar sabendo como lidar com as finanças. Para buscar crescimento pessoal, profissional e patrimonial. Porque ninguém nasce, cresce e se estabiliza. Mais importante do que ter muito e ter boa capacidade de poupança.
Planejamento Financeiro é o processo de gerenciar os recursos com objetivo de garantir satisfação das necessidades primárias e secundárias, satisfação pessoal, independência financeira e conquistar sonhos. Um procedimento racional de administrar renda, investimentos, despesas, patrimônio e dívidas. É necessária a participação de toda a família na sua elaboração e execução.
Um plano total, coordenado, para chegar à condição financeira desejada.
O planejamento financeiro começa com o conhecimento da situação financeira atual e a definição clara de onde se pretende chegar no futuro. Definindo de imediato os objetivos financeiros. Tendo ciência de que a existência financeira de cada individuo é dividida em fases, cujas necessidades e objetivos são diferentes. O Planejamento financeiro enseja a identificação de oportunidades e dificuldades de cada fase e a definição antecipada e estratégica de como enfrentar cada situação problemática. É necessário saber ganhar dinheiro e saber acumular riqueza.
Tipos de Receitas: As receitas de trabalho e as de outras fontes.
De onde vem o dinheiro: de salários, honorários, participação de lucros empresariais, remuneração de capital: juros, aluguéis, dividendos de ações.
As receitas de salário dependem de continuar no emprego, é direta.
As outras receitas dependem de competência, oportunidade, ousadia, coragem e correr risco.
Ciclo das Receitas: Receitas de trabalho tendem aumentar com o crescimento profissional e após a aposentadoria caem significativamente. As outras receitas tem um crescimento que varia bastante. Quem não conseguiu acumular outras receitas, na aposentadoria dependerá dos benefícios sociais.
Ciclo das Despesas: Crescem rapidamente e só tem uma queda mais significativa quando ocorre a independências dos dependentes.
Começar enquanto ainda é tempo a criar uma reserva é fundamental, acumulando um patrimônio que gere renda no futuro; mas, isto é praticamente possível por meio de poupança. Para evitar dificuldades na frente, é necessário agir mais rapidamente possível, poupando para garantir um padrão de existência satisfatório.
O Ciclo da Existência Financeira na sua primeira fase compreende a acumulação, associada com juventude, energia e tempo para acumular riqueza; é quando deve ser definido o objetivo de poupar disciplinarmente, assumir riscos e fazer seguros de vida e saúde. Na segunda fase deve-se ter uma postura conservadora, evitando correr riscos. A fase seguinte se caracteriza pela preservação e utilização dos recursos amealhados anteriormente. Todavia, a idade não é uma condicionante absoluta, sempre é tempo; embora não seja o tempo ideal, de planejar conforme as receitas, expectativas e metas, essas três etapas.
Geralmente os ricos não trabalham pelo dinheiro, fazem o dinheiro trabalhar para eles.
As pessoas não conseguem poupar porque gastam mais do que ganham e investem mal o seu dinheiro. Multiplicar o dinheiro é mais difícil do que ganhá-lo. Com bom planejamento e muita disciplina é possível acumular riqueza.
Quem não mede, não faz estatística, não faz diagnóstico financeiro-patrimonial, não gerencia as suas finanças.
Para conhecer a existência financeira pessoal é preciso proceder a uma avaliação real dos bens, apurar todas as dívidas e avaliar o orçamento mensal de receitas e despesas.
Construção e estruturação do Balanço Patrimonial Pessoal.
No Ativo são relacionados os bens e direitos.
No Passivo relaciona-se as dividas.
No Patrimônio Líquido registra-se a diferença entre o Ativo – Passivo.
Considera-se no Ativo de curto prazo, os valores que tem liquidez mais rápida e no Ativo de Longo prazo aqueles valores de liquidez mais demorada.
Considera-se liquidez a velocidade para se converter Ativos em dinheiro.
No Passivo os valores são exigíveis, porque devem ser pagos a curto ou a longo prazo.
BALANÇO PATRIMONIAL PESSOAL
ATIV0 PASSIVO
De curto prazo De curto prazo
Dinheiro valor Dívidas valor
Depósitos e Aplicações
valor
De longo prazo De longo prazo
FGTS valor Financiamentos
Valor
Permanente Patrimônio
Terrenos, prédios, Líquido
Veículos valor Ativo-Passivo
Total do Ativo Total do Passivo
FLUXO DE CAIXA MENSAL E DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO PESSOAL
| Discriminação | Entradas | Saídas | % |
| Receitas | | | |
| Salário líquido ou similar | | | |
| Renda de aplicações | | | |
| Outras receitas | | | |
| Total da Receita mensal | | | |
| Despesas | | | |
| De Moradia | | | |
| Alimentação | | | |
| Transporte | | | |
| Saúde | | | |
| Educação | | | |
| Informação | | | |
| Lazer | | | |
| Outras despesas | | | |
| Total da Despesa mensal | | | |
| Poupança | | | |
| Saldo(Rec. – Desp.) | | | |
DECISÃO FINANCEIRA
Se as receitas forem maiores do que as despesas, poupar 10 % e investir.
Se as receitas e as despesas forem iguais rever o orçamento, para evitar problemas.
Se as receitas forem menores do que as despesas analisar a situação, verificando a possibilidade e aumentar os ganhos ou então cortar despesas possíveis.
Análise percentual de indicadores financeiros e patrimoniais:
1.Capacidade de liquidez.
2.Percentual das dívidas em relação aos ativos.
3.A necessidade de vender ativos para pagar dívidas.
4.Percentual de ativos que geram rendas.
5.Ativo ruim transformável em bom para gerar renda.
6.Tempo de sobrevivência com o salário.
7.Quanto as despesas representam percentualmente em relação ao orçamento.
Classificação das Despesas:
Despesas obrigatórias fixas: aquelas inevitáveis. Aluguel, condomínio...
Despesas não obrigatórias fixas: não precisam ser feitas, mas depois de feitas devem ser pagas. Assinaturas de jornais...
Despesas obrigatórias variáveis: são necessárias, mas é possível reduzir o valor com economia. Alimentação...
Despesas não obrigatórias variáveis: não são necessárias, mas podem ser reduzidas. Cinema, discos, salão de beleza...
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Os empréstimos, financiamentos, cartão de crédito, cheque especial, facilitam o crédito, são denominados de operações de crédito, mas sofrem a remuneração do capital emprestado é feita através de juros compostos e comprometem a renda futura.
O ideal é a execução de aquisições à vista, quando a renda já está formada e a obtenção de descontos.
Antes de executar uma operação de crédito deve ser verificado se existe capacidade financeira para pagamento das prestações, isto é um endividamento consciente.
Havendo necessidade de financiar, deve-se levar em conta a linha de crédito mais conveniente e menos custosa. Cartão de crédito, cheque especial, crédito pessoal, crédito direto ao consumidor ou outras modalidades.
MERCADO FINANCEIRO
É onde o dinheiro é negociado. Uns emprestam, outros tomam emprestado. Onde são vendidos Títulos representativos de valores financeiros, cujo comprador, na qualidade de investidor, ganha toda vez que estes títulos sofrem valorização na Bolsa de Valores, através de pregões diários.
Capital: é o valor das operações financeiras.
Juros simples ou compostos: é o valor da taxa variável cobrada pelo emprestador para remunerar o capital emprestado.
INVESTIMENTO
Para atuar com sucesso no mercado financeiro é necessário conhecer o seu funcionamento, os seus produtos, sabendo que tudo gira em torno da lei da oferta e da procura, na transação de ativos, sempre procurando obter uma margem de lucro sobre o capital investido e tendo o tino de oportunidade.
Os investimentos de renda fixa têm a sua remuneração previamente estabelecida. Nos Investimentos de renda variável tudo depende da oscilação do mercado. Em todos os casos existe o risco.
A caderneta de poupança caracteriza-se pela simplicidade, transparência, baixo risco e ônus fiscal. Até 60 mil reais por CPF tem garantia do Fundo Garantidor do Crédito. É aconselhável Sacar só após um mês do depósito para garantir a remuneração do capital. A sua rentabilidade é 0,5 % ao mês mais a variação da Taxa Referencial. Com isenção do Imposto de Renda até 50 mil reais.
Certificado de Depósito Bancário – CDB é um investimento de renda fixa, com prazo e remuneração pré fixados. São títulos emitidos pelos bancos e colocados na praça, geralmente para correntistas bancários, com resgate após trinta dias.
Certificado de Depósito Interbancário – CDI, é um titulo virtual que varia diariamente.
Títulos Públicos Via Tesouro Direto adquiridos diretamente da Secretaria do Tesouro Nacional, mediante cadastro em instituição financeira credenciada, na qualidade de renda fixa e resgatável na data do vencimento, com rendimento bruto pactuado no ato da compra.
Letras do Tesouro Nacional – LTN de valor pré fixado e resgatável no vencimento.
Outros títulos do Tesouro: NTN-F, NTN-B, LFT, todos vantajosos e garantidos.
MERCADO DE AÇÕES
As empresas de capital aberto vendem as suas ações na Bolsa de Valores e os compradores adquirem a condição de sócios destes empreendimentos, como forma de poupança de longo prazo e melhor remunerada.
As ações são Ordinárias - ON e Preferenciais – PN. As primeiras dão direito a voto e remuneração, as segundas só remuneram o investidor. Com a expectativa de lucro nas empresas e distribuição de uma parcela anual e bonificações aos investidores; sempre especulando, comprando e vendendo oportunamente, através de corretores habilitados pelo Banco Central e a CVM.
Fundo de Investimento: o investidor adquire e vende cotas. É um condomínio que investe no mercado financeiro e de capitais, para obter rendimento. Constituído por Administrador, Gestor, Custodiante, Distribuidor e Cotista. O investidor deixa sob controle dos dirigentes todo o processo de operação no mercado, com grande rentabilidade, liquidez e variedade de opções aplicacionais.
Os Clubes de Investimento compreendem médios e pequenos investidores em condomínio dirigido por eles mesmos.
A melhor alternativa de investimento está relacionada ao conhecimento de todas as opções e risco versus rentabilidade versus liquidez.
Não aposentar-se de alguma coisa; mas aposentar-se para alguma coisa.
Não precisamos fazer coisas extraordinárias para conseguir algo extraordinário, precisamos ter atitudes adequadas para cada tempo oportuno.
Toda a engenharia financeira tem como objetivo final a conquista da liberdade financeira pessoal.
“O desconhecimento das oportunidades impede que o ser humano tenha acesso a muitas soluções para os seus problemas. (EM).”
Nenhum comentário:
Postar um comentário