SONO
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As pessoas que
ficam cegas depois do nascimento podem ver imagens em seus sonhos. As pessoas
que nascem cegas não vêem quaisquer imagens, têm sonhos vívidos envolvendo seus
outros sentidos: audição, olfato, tato e emoção. A necessidade do corpo para o
sono é tão forte que é capaz de lidar com praticamente todas as situações
físicas para que isso aconteça.
Todo ser
humano sonha, exceto em casos de extrema desordem psicológica; mas os homens e as
mulheres têm diferentes sonhos e diferentes reações físicas. Os homens tendem a
sonhar mais com outros homens, enquanto as mulheres tendem a sonhar igualmente
com homens e mulheres. Se o sonho é de natureza sexual; os homens costumam ter
ereções e as mulheres aumentam o fluxo de sangue vaginal.
O corpo está
paralisado enquanto dorme. O corpo está virtualmente paralisado durante o sono,
como probabilidade de impedir que o corpo venha a agir em aspectos dos sonhos. Glândulas
começam a secretar um hormônio que ajuda a induzir o sono e neurônios enviam
sinais para a medula espinhal, que causam o relaxamento do corpo e mais tarde
torna-se praticamente paralisado.
Estímulos
externos invadem os sonhos. Processo chamado de Incorporação ao Sonho e é a
experiência, entre outros estímulos, onde um som do mundo real é ouvido em no
sonho e incorporado de alguma maneira. Também acontece quando o indivíduo está
fisicamente com sede e sua mente incorpora esse sentimento no seu sonho. Isto
pode determinar a repetição do sonho até acordar para satisfazer realmente o
que foi sonhado.
As pessoas que desistem de determinados hábitos ou
vícios, tem sonhos mais vívidos, sobre cada um dos quadros anteriores. A
sensação vai além do sonho, assume impacto idêntico à cada realidade antes
vivenciada. Com sintomas semelhantes aos sentidos quando se praticava o hábito,
ou vício, e os sentimento causados com o procedimento para excluí-los.
O sonho para
a ciência é uma experiência de imaginação do inconsciente durante o período de
sono. Os sonhos noturnos são gerados, na busca pela realização de um desejo
reprimido. Os bebês no útero têm sono REM(movimentos rápidos dos olhos) e
sonham. O sonho também é revestido de nuances premonitórias e de uma expansão
da consciência.
Segundo Freud, o sonho é definindo como a
realização de um desejo. No enredo onírico há o sentido manifesto e o sentido
latente, o significado, este é realmente importante. O sentido latente, por meio da interpretação
simbólica, revela o desejo do sonhador.
Existem
tipos diferentes de sonhos: Sonhos criativos (Pinturas, livros); Sonhos lúcidos (A
pessoa está sonhando, sabe que está sonhando e consegue controlar o que está
acontecendo. Esta pessoa consegue se encontrar com outras pessoas pelo seus
sonhos e depois quando acorda, descobre que a pessoa com quem sonhara tivera o
mesmo sonho com as mesmas pessoas e as mesmas coisas); Pesadelos (Significa
medo de alguma coisa na vida real e que precisa ser confrontado); Sonhos
previsíveis (A pessoa que está sonhando alega que certos eventos irão acontecer
no futuro);
Sonhos repetitivos (Se sonha com
a mesma coisa mais de uma vez, isso quer dizer que alguma coisa está preocupando na vida real); Sonhos sensuais (É natural sonhar com esse
tipo de coisa em qualquer estágio da existência).
Existem múltiplas formas de entender os
sonhos. A melhor maneira é seguir o modo de
pensar, sentir, o histórico vivencial pessoal e a intuição; sempre
referenciando o momento atual, os seus fatos e circunstâncias que estão
acontecendo para cada determinada pessoa.
Os Sonhos interferem no desempenho psicológico de
cada indivíduo e quando interrompidos por qualquer agente ou fato externo,
apresentam sintomas pessoais de dificuldade de concentração, irritabilidade,
alucinações e sinais de psicose.
Dados sobre a performance dos sonhos: Se esquece
90% dos sonhos. Dentro de 5 minutos após
acordar, metade do sonho já foi esquecido. Depois de 10 minutos 90% já foi
esquecido.
Só sonhamos o
que sabemos. Os sonhos estão freqüentemente cheios de aspectos, imagens e
pessoas estranhas. A mente não está inventando isto; são manifestações de algo
visto em algum momento da existência da
pessoa que sonha com estas configurações não mais lembradas ou sabidas.
Todos já viram centenas de milhares de rostos, fatos, objetos e outros durante a
existência, por isso existe uma infinidade de personagens, fatos, objetos,
cenários e afins, para o cérebro utilizar durante os sonhos.
Cerca de 12%
das pessoas sonham exclusivamente em preto e branco. As pessoas também tendem a
ter temas comuns em sonhos. Os sonhos usam uma linguagem profundamente
simbólica. A mente inconsciente tenta comparar o sonho a algo que é semelhante. Mas nunca compara algo a
ele mesmo. Assim, qualquer símbolo do sonho que o inconsciente utiliza, ele
assemelha a outras coisas.
Durante o ronco não se sonha. As Crianças não sonham sobre si mesmas até
por volta dos 3 anos e tem mais pesadelos que os adultos até a idade de 7 ou 8
anos. Se alguém for despertado fora do
REM (Rapid Eye Movement), fica mais propenso a lembrar o que sonhou, de uma
forma mais viva, do que lembraria se tivesse sido acordado de uma noite de sono
completa. Do ponto de vista cognitivo, sonhar pode colaborar em ajustes
importantes no aprendizado.
A função do
sonho: É uma atividade mental baseada na vivência atual e prévia, como um evento
biológico fascinante. Enquanto o corpo está
inerte e paralisado, a mente vaga por contextos intrigantes,
fantásticos, improváveis e livres da contenção da realidade. A mente deixa a
matéria e vaga por dimensões alternativas e desejos reprimidos afloram do subconsciente;
com um poder premonitório expresso em uma simbologia universal. Todos os saudáveis
sonham e é um evento universal e fisiológico. Sonha-se cerca de 4 a 5 vezes por
noite, em uma fase do sono chamada de sono-REM, com durações de 5 a 30 minutos,
significa dizer que sonha-se cerca de 6 anos do tempo de existência pessoal. Na
segunda metade da noite os sonhos são mais intensos e prolongados. O rastro de
memória de um sonho é muito tênue, por isso se esquece grande parte do que se sonha.
Para lembrar-se de um sonho é preciso acordar durante ele ou bem próximo dele.
O sonho é uma criação cerebral e fisiológica. Durante
o sono ocorre lentificação progressiva da atividade cerebral, redução da
percepção do ambiente externo e relaxamento muscular. A atividade cerebral se
altera, surge franca atividade cognitiva, várias áreas e funções se ativam,
como a memória, emoções, a criatividade, os olhos passam a se mover de um lado
para o outro, mesmo abaixo das pálpebras. É como se o cérebro despertasse para dentro
de si. A despeito dessa franca atividade o corpo mantém-se inerte e paralisado,
e a franca redução da percepção do ambiente ao seu redor. É um momento
fisiológico único, aonde o cérebro fecha suas entradas sensoriais e suas saídas
motoras, mas apresenta franca atividade mental.
O sonho
apresenta diversas funções. Do ponto de vista cognitivo, ele tem funções de
ajustes importantes no aprendizado. É um exercício mental de criatividade,
confrontação de dilemas conscientes e inconscientes, e autoconhecimento. O
enredo do sonho é fruto de um emaranhado de memórias com intenso componente
emocional e fantasioso. Grande parte do que sonha-se de noite refere-se a
coisas que vivencia-se no dia anterior
ou nos dias anteriores. O sonho é contexto com personagens, símbolos,
alegorias, ambientes que afloram do arsenal de vivências, mas dispostos de
forma meio errática. Mistura pessoas que nunca se encontraram, ambientes
distantes, pessoas mortas, eventos sobrenaturais. A possibilidade de manipular
sonhos existe. Como é fruto de força consciente e inconsciente algumas pessoas
conseguem estabelecer intervenção no enredo e desenrolar do sonho. Para tal, é
preciso uma certa predisposição genética, treinamento e muita concentração. É
possível resolver um problema real dentro de um sonho. Porque o sonho é uma
amostra mental totalmente livre e improvável. Esse é um ambiente ótimo para o
raciocínio criativo. No meio de muita coisa estranha pode surgir um pensamento
que foge ao senso comum, uma solução inédita e absolutamente brilhante.
Sonhamos com o que vivemos. Se estivermos imersos em um determinado problema,
esse problema será abordado seguramente durante nossas noites, podemos
vivenciar a resposta no meio de um sonho ou acordar com a idéia pronta na
cabeça. Nosso cérebro trabalhou para isso.
Podemos lembrar os
sonhos. É fundamental se concentrar antes de dormir e colocar na cabeça que se
quer recordar do sono. Precisa acordar dentro de um sonho ou próximo dele. Para
recordar lá pelas 5 ou 6 da manhã, nesse horário os sonhos são mais vívidos e
duradouros. Deixar um papel e uma caneta ao lado da cama, ao despertar concentrar-se
apenas no sonho em curso e anote o máximo de informação para reconstruir o
sonho. É possível sonhar sempre com a mesma coisa. Porque existem sonhos
recorrentes. Isto é comum quando se está imerso em alguma atividade mais tensa
e estressante, pessoas que passaram por traumas emocionais intensos, como
tragédias, violência, acidentes, perdas. O estresse pós-traumático traz sonhos
recorrentes ligados diretamente ou simbolicamente ao trauma ocorrido. É
necessário inibir o pensamento onírico recorrente.
É possível
um estímulo ambiental real intervir em um sonho em andamento. Um evento externo
relevante pode adentrar um sonho e ser incorporado a ele, é uma intrusão. Isto
pode gerar uma sensação de realidade, fazendo com o que estiver sonhando
pratique atos como se estivesse em cada situação sonhada.
A pessoa
dorme para economizar energia, para fazer manutenção do corpo e para consolidar
a memória. Enquanto se dorme o corpo consome menos energia, por estar imóvel e
relaxado. A segunda função do sono é ligada com os processos reparadores que o
corpo executa enquanto dorme. não dormir mata. A explicação: o nível de células
brancas no sangue aumenta bastante, atingindo a mesma quantidade registrada em
pessoas feridas. As células brancas são o elemento central do sistema
imunológico. O organismo libera hormônios como cortisol e adrenalina, a pressão
sanguínea aumenta, o metabolismo se desregula, e a pessoa sente uma vontade
incontrolável de comer carboidratos. Em seguida, começam as alucinações. A
partir do terceiro dia sem dormir, perde-se a capacidade de raciocínio, acontece
a paranóia e o enxergar coisas que não existem. Não dormir, ou dormir mal, é a raiz
de doenças neurológicas gravíssimas. Porque o cérebro aproveita o sono para
fazer uma limpeza, descartando as células mortas e moléculas da proteína
beta-amiloide, cujo acúmulo impede as conexões entre neurônios.
O cérebro não fica desligado enquanto dorme. O sono é neurologicamente agitado, com
quatro etapas que se sucedem e se repetem durante a noite. A mais interessante
é a quarta, identificada pela sigla REM (movimento rápido dos olhos). É o momento em
que a pessoa mais descansa, e a fase em que ela sonha, movendo os olhos
rapidamente, como se estivesse vendo coisas.
Quando uma
memória se forma na mente, o cérebro constrói uma relação semipermanente entre
os neurônios envolvidos com aquilo. E o cérebro fortalece as ligações entre
essa rede de neurônios. Quando se lembra
sobre algo memorizado, aquele mesmíssimo conjunto de neurônios será
acionado e todos os seus detalhes do
memorizado voltarão à mente. Assim que a
memória humana funciona.
A memória também
age enquanto se dorme. Quando se vivencia algo durante o dia, aquela memória reaparece, muitas vezes
exagerada ou distorcida, durante os sonhos. Os acontecimentos costumam aparecer
nos sonhos pelo menos três vezes: na primeira, na quinta e na sétima noite de
sono após vivenciados, causado pela homeostase sináptica. Durante o sono, o
cérebro desfaz algumas das conexões entre neurônios, ele apaga memórias. O
corpo libera ácido gama-aminobutírico, uma substância que enfraquece as
relações entre os neurônios e deleta algumas das memórias adquiridas durante o
dia. Com o objetivo de liberar capacidade cerebral, para que o indivíduo
continue sendo capaz de aprender coisas novas. Durante o sono, os neurônios do
hipocampo, região cerebral que coordena a formação de memórias, disparam ao
contrário. Emitem sinais elétricos na direção oposta de quando a pessoa está
acordada. Isto é um indício de que há memórias sendo apagadas. Para determinar
quais lembranças são menos importantes e podem ser deletadas, o cérebro vê se
elas têm ligação com outras informações já armazenadas na mente.
Este
apagamento acontece na terceira fase do sono, que antecede os sonhos. Quando os
sonhos começam, é possível que o cérebro ainda esteja sob influência da
destruição de memórias, ou haja resíduos incompletos delas e isso explique o teor de fantasia nos
sonhos. Há conexão entre sono, memória e aprendizado. A capacidade de aprender
é maior de manhã, logo após acordar, do que de noite. Dormir ajuda a aprender. É
possível aprender dormindo. Estímulos externos durante o sono podem ter
influência sobre o aprendizado. É possível reforçar a aprendizagem enquanto se dorme;
é possível reforçar, dormindo, a memorização de algo que se aprendeu acordado.
“Quanto mais pesquisamos, mais sentimos a necessidade de aprofundamento na
melhor forma de ser, fazer, ter e as demais variáveis e condicionantes
existenciais. (EM).”