ORIGEM DA PROPRIEDADE
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No princípio, no
Planeta Terra, o ser humano não era proprietário, apenas desfrutava da
natureza, da terra e dos seus recursos naturais. Humanos e animais se
alimentavam de vegetais, cujos frutos eram sazonalmente gerados. A quantidade
populacional era mínima e a extensão territorial imensa. Os mamíferos em geral,
não sentiam fome, nem sede, nem cansaço. Tinham apetite, o próprio vegetal
provia a necessidade orgânica de hidratação e a compensação energética era
automática e inerente aos indivíduos do
reino animal, o consumo de energia corporal era reposto na mesma e exata
quantidade, diariamente, através do sono. Não havia ingerência humana na
natureza, apenas desfrute inerente à sua lógica institucional.
Neste estágio inicial, a principal necessidade dos indivíduos
humanos e animais, era o processo de nutrição corporal, através de alimentos
vegetarianos, exatamente compatíveis com a sua configuração química, para a sua
conservação vital e condições de perfeição corporal. Tudo acontecia sistemática
e automaticamente. Não havia descompensação energética fora do paradigma
natural.
Com o passar do tempo, os indivíduos providos originariamente de
sexualidade, foram se multiplicando e com este processo surgem novas modalidades
de necessidades primárias, que precisavam ser debeladas satisfatoriamente.
Formam-se famílias e outros agrupamentos humanos.
A vestimenta do corpo humano é incorporada gradativamente, é
individual e aqui começa a surgir a idéia de propriedade. O homem começa
intervir no ecossistema, cria ferramentas, utensílios e ornamentos, mais um
dispositivo da concepção de propriedade se instala. Acontecem cataclismos e,
como conseqüências para a satisfação da necessidade alimentar são sacrificados
animais, para servirem de alimento humano.
O que era individual assume um formato de coletivo; nasce o conceito
de sociedade. É necessário normatizar, organizar, conciliar interesses, definir
espaços para a localização das famílias, dos grupos, das tribos; em meio à
pratica de trocas de utilidades e presentes. Disto vai resultando, cada vez mais, a propriedade das coisas. A
caça pertence ao seu caçador; o espaço territorial é delimitado e acaba
pertencendo aos seus ocupantes, com limites definidos por cercas ou por
acidentes geográficos. A propriedade da terra de constitui, a propriedade
rebanhos animais, a propriedade dos frutos vegetais. O homem interfere na flora
e na fauna e a terra é então, um fator de produção.
Tudo iniciou com a necessidade alimentar dos indivíduos, seguida
da necessidade de vestuário, de espaço, de habitação, de regulação e assim foi
sendo reforçado o conceito de propriedade e também o conceito de bem, com três
características: algo necessário; capaz para satisfazer necessidades e:
acessível para a sua apropriação.
A terra tem uma
conexão causal com a satisfação de necessidades humanas e animais e passou a
ser apropriada como propriedade; cuja intervenção se deu através da agricultura
e a pecuária. À medida em que a sociedade foi se organizando, os indivíduos
além das suas necessidades primárias, acrescentaram necessidades secundárias
e o processo de configuração de
propriedade foi tomando novas dimensões utilitárias e jurídicas.
A propriedade tem uma relevante e inevitável relação causal com
as necessidades humanas mais primárias e dela resultou o conceito de bem e
patrimônio.
“A defasagem de conceitos, concepções e configurações atuais é
acentuada; uma verdadeira reciclagem neste contexto acontecerá brevemente e de
uma só vez. (EM).”
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