SILÊNCIO
Por ERNÍDIO MIGLIORINI E-mail: ernidiomigliorini@gmail.com
Existem realidades lindas
demais para serem descritas com palavras. É necessário admira-las em profundo e
reflexivo silêncio; para captar toda a sua magnitude.
As palavras eloqüentes,
prolongadas, mas desconexas; frequentemente só produzem confusão mensal,
desinteresse e tédio. Um silêncio estratégico, acompanhado de uma expressão
facial significativa, fala muito mais do que qualquer fluxo de palavras vazias
e desprovidas de autenticidade.
Um olhar amoroso, provido de
acalentador afeto consegue muito sem dizer uma única palavra.
Deus na sua extrema
Sabedoria nos deu uma só língua, mas dois ouvidos; para escutarmos bastante e
falarmos pouco. Porque as palavras podem ocasionar grandes e irrecuperáveis
males. Podem abençoar e amaldiçoar, salvar e condenar.
Quanto mais pura for a mente e
mais generoso o coração, mais edificantes e úteis serão as palavras. Quando a
fala não for adequada e construtiva é preferível privar-se de proferi-la. As
palavras sinceras e com conteúdo de veracidade nem sempre são belas e agradáveis.
Como também belas palavras, mas eivadas de falsidade, bajulação e
superficialidade, de nada adiantam.
As mentes superiores fazem
com que poucas palavras produzam grandes impactos. Com expressões curtas e
simples, nos moldes de: “Eu te amo”, “Eu gosto de ti”, “Eu te admiro e
respeito”, “Tu és uma boa pessoa”. Enquanto que, os vulgares dizem muito e não
transmitem nada, só o supérfluo ululante.
O ser humano aprende a falar
em dois anos, todavia, tem uma existência toda para aprender a ficar calado
quando for oportuno e não tiver assunto compatível para a ocasião de cada
circunstância diferente, com que se depara.
Sabedoria excelente é falar
pouco, pensar bastante, refletir sempre, aprender permanentemente e saber ouvir
no momento apropriado.
Na dúvida, no imprevisto, no
desconhecido e na precipitação silencie estratégica-sábia-prudente e
inteligentemente. Ouça, interprete, planeje e programe a fala mais acertada
para cada desafio existencial.
O silêncio na ocasião
oportuna nunca prejudicará, sempre será benéfico, respeitado e admirado. Dirá
muito e servirá tanto como aprovação, posicionamento de neutralidade, cautela
ou reprovação.
“Que o conciso permeie o
nosso linguajar e o prolixo nunca nos visite. (EM).”
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