TEORIA EMPOWERMENT
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Empowerment significa
“dar poder a”. Na Teoria das Organizações, Empowerment é uma
“tecnologia”, “modelo”, “técnica” ou “modismo”
da prática administrativa. Empregada gerencialmente, como instrumento de
controle, maneira de legitimar o papel central das organizações econômicas na
vida de seus funcionários.
Como Política Cognitiva consiste no
uso consciente ou inconsciente de uma linguagem distorcida, cuja finalidade é
levar as pessoas a interpretarem a realidade em termos adequados aos interesses
dos agentes diretos e/ou indiretos de tal distorção.
A política cognitiva é a moeda
corrente psicológica da sociedade centrada no mercado.
Deve-se cuidar para que as mudanças
que deseja-se implementar nas organizações tenham propósito claro, e que este
propósito não seja meramente aumentar a produtividade. No caso do Empowerment,
deve-se atentar para o fato de que conferir poder aos funcionários é uma forma
de aumentar a satisfação e o comprometimento dos mesmos com o trabalho. É
também uma maneira de tornar as organizações mais humanas, menos massacrantes,
menos opressoras.
Se utiliza-se um discurso de valorização do ser humano no ambiente de
trabalho, mas apenas como aparência, enquanto a essência permanece inalterada,
corre-se o risco de contribuir para a degradação da sociedade e da cultura locais.
O mercado não pode ser a única agência
cêntrica da influência social, os laços comunitários e os traços culturais
específicos também devem ser relevados.
Delegação de
Poder: O administrador confere Empowerment
aos outros lhes dando autoridade igual à responsabilidade que lhes é designada. O poder não
pertence à empresa ou aos administradores. O poder transita pelos indivíduos,
não se aplica a eles. O poder não é algo que se possa
possuir. Portanto não existe, em nenhuma sociedade, divisão entre os que têm e
os que não têm poder. Poder se exerce ou se pratica. O poder, per sí,
não existe. O que há são relações, práticas de poder. O poder circula.
Pessoas e
organizações:
Na Teoria Administrativa, há como pré
requisito para a implementação do Empowerment nas empresas, que os
funcionários façam das metas organizacionais as suas metas.
A satisfação das pessoas não pode ser
alcançada apenas dentro do âmbito das organizações econômicas. As organizações
formais não constituem o cenário apropriado para a desalienação e para a
auto-atualização das pessoas. O papel dos especialistas em teoria das
organizações consiste em definir o escopo e os limites de tais organizações na
existência humana em geral.
As organizações econômicas servem
para suprir uma parte da nossa existência, a sobrevivência, mas não podem gerar
a satisfação plena dos seres humanos. Somos muito mais do que consumidores e
trabalhadores, e não podemos restringir a vida humana a menos do que isso.
Mudanças internas não bastam. Mas sim, o senso que têm os cidadãos de suas necessidades genuínas, pessoais. A
sociedade centrada no mercado, não permite uma coerente prática do verdadeiro
humanismo.
Não se deve colocar a organização econômica formal no centro da
existência humana, deve-se dar ênfase à questão da delimitação organizacional,
da aprendizagem dos meios de facilitar múltiplos tipos de micros sistemas
sociais, transformando a organização econômica formal num enclave restrito e
incidental, no espaço vital da vida humana, assim deixando margem para
relacionamentos interpessoais livres das pressões projetadas e organizadas.
Autogestão: Implica na inexistência de uma liderança cristalizada na figura de um
chefe, gerente ou patrão. Todos participam das decisões administrativas em
igualdade de condições.
No Empowerment, os funcionários de uma empresa devem participar
dos processos meio e fins, da melhoria e otimização da execução de um fim
proposto em conjunto com a cúpula da organização. Trata-se de uma integração da
criatividade e a iniciativa operária ao processo produtivo de ordem capitalista,
e aumento de as satisfação pessoal. Os funcionários recebem uma dose de
auto-organização para a execução de suas tarefas e na determinação dos meios
para o alcance de objetivos, mas com a definição de metas o trabalhador também participa
no processo de produção Dos fins.
Em uma organização autogestionária, as decisões fundamentais têm de ser
tomadas pelo coletivo. Para isso é necessário que todos tenham acesso às
informações, responsabilidade com o coletivo e disciplina.
A autogestão é impelida pelas condições materiais do nosso tempo, O
homem que conduz a experiência de sua própria gestão é o homem contemporâneo. A
autogestão é um fenômeno pós-industrial baseado na associação de homens em suas
vidas para uma participação maior e mais profunda. Expressa o impulso cultural
das massas que querem o controle dos processos de mudança histórica.
Empowerment: é uma ação da gestão
estratégica que visa o melhor aproveitamento do capital humano nas organizações
através da delegação de poder. Poder como sendo o resultado do compartilhamento
de informações fundamentais sobre o negócio e seus projetos, da delegação de
autonomia para a tomada de decisões, e da participação ativa dos colaboradores
na gestão do negócio, assumindo responsabilidades e liderança de forma
compartilhada. Libertar a empresa do vício da centralização das decisões, que a
torna lenta e burocrática. Com esta atitude a empresa descentraliza suas
decisões e estabelece um estilo de gestão extremamente participativa, dando maior autonomia a seus colaboradores. As vantagens são
maior motivação, maior satisfação das pessoas, maior agilidade e flexibilidade,
maior potencial de competitividade. As pessoas; elas precisam ter reais
condições de agir no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o "ownership",
ou seja, agirem como intraempreendedores e como se fossem
"proprietárias" do negócio, pensando como empresários.
Para isto é
necessário:
1. Um profundo compartilhamento das informações com todos os envolvidos. A
informação é o objeto que destrói a incerteza. Ela é fundamental para a correta
tomada de decisões. As equipes precisam estar informadas sobre lucros, budgets,
market share, concorrência, produtividade, ameaças, desafios e oportunidades. A
Informação deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição
e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações gerais para o
bom entendimento do negócio e do cenário devem ser compartilhadas com todas as
pessoas, outras mais restritas e sigilosas, apenas com as pessoas-chave.
2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não somente as informações, mas o apoio e a
liberdade necessária para agirem. É preciso confiar nestes profissionais e
incentivá-los a liderar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais
assumiram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia; erros
devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar-se pela visão, missão
e valores da empresa, assim como por seus objetivos e metas, dentro do contexto
dos sistemas e processos em vigor na organização. Esta clareza de visão,
missão, objetivos, metas e processos permite que as pessoas empoderadas possam
tomar decisões coerentes. É esta clareza que estabelece as fronteiras, ou seja,
os limites, de autonomia.
3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tornam as empresas
lentas e rígidas. Através da prática de Empowerment, equipes auto-gerenciadas
podem atingir alta performance e buscar a excelência em níveis muito superiores
aos de empresas centralizadoras.
Empowerment
pode e deve ser aplicado em todos os níveis da organização. Ele permite que os
gestores deleguem a solução de problemas a colaboradores que se sentem
valorizados, motivados pela confiança, e isso aumenta sensivelmente o nível de
comprometimento e de satisfação das pessoas no trabalho. Esta prática desperta
o que há de melhor nas pessoas e em seus líderes e estimula o aparecimento e a formação de novos líderes.
A adoção do Empowerment
demonstra um amadurecimento da cultura organizacional, independentemente do
tamanho da empresa. Ele favorece a auto-realização das pessoas e é um dos
grandes atrativos para reter os melhores talentos, já que estes não desejam
trabalhar em empresas onde não possam atuar com autonomia e possibilidades de
construir uma carreira de sucesso!
“A socialização do
conhecimento sempre é construtiva e gera uma qualificação abrangente e significativa
de um grupo. (EM).”
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