PERDAS
Todas as pessoas sofrem perdas. A rigor, ninguém está imune ao
sofrimento que uma perda lhe causa. Com profundo impacto emocional, queda de
ânimo, geração de sentimentos variados, sensações de fragilidade, insignificância
e impossibilidade. Em muitas situações as perdas ocasionam seqüelas psíquicas,
que determinam mudanças acentuadas de comportamento e procedimento pessoal,
social, espiritual e profissional.
As perdas geram dor,
lágrimas, saudades, decepções, revoltas, abalo da auto-estima, perda do sentido
existencial e desencadeiam um processo de desmotivação em cadeia para o
indivíduo, com intensidade variada.
Ocorrem perdas,
por falecimento de entes queridos; por rupturas afetivas; por distanciamento de
pessoas de afinidade; por motivos econômicos, acidentes, violência urbana,
desavenças, doenças, incapacidade físico-mental, desaparecimento de animais ou
objetos de estimação e outras causas nefastas. Duas situações de perda, especialmente difíceis de superar:
Morte e Rompimento. E geram dores profundas, sentimentos de impotência, medo, desconfiança,
insignificância e outros reflexos.
Se refletirmos veremos que já nascemos
perdendo: A primeira perda que o ser humano sofre é a perda do aconchego e
proteção do útero materno e depois o fato de que a cada dia está mais perto da
morte; mas não estamos emocionalmente preparados para isto.
As perdas precisam ser assumidas como tal, enfrentadas e
superadas. Não devem ser negadas e nem se constituírem em motivo de fuga e
esvaziamento de energia. Há momentos em que se tem a sensação de que tudo acabou
não existe mais solução, só restou o passado. Todavia, depois de uma noite de
lágrimas surgirá uma manhã luminosa, será outro dia. A existência ensina: “quem
ri por último ri melhor” e que: “Ninguém será feliz fazendo a infelicidade dos
outros”. Os problemas chegam, mas também vão embora. A pessoa fica e tem que
continuar vivendo.
Só podemos existir, evoluir, desenvolver e conquistar, na medida
em que abandonamos determinados lugares, situações, pessoas, sentimentos,
práticas, princípios e conceitos.
A liberdade
é algo que se conquista enfrentando as situações novas e abandonando as
situações que incomodam. Não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Para
estar em um é preciso abandonar o outro. Ao longo da existência vai se perdendo
uma série de coisas para se poder conquistar outras. Afirma-se, que Para cada
perda, há sempre um ganho. Aqui neste contexto, nada é eterno, tudo é
passageiro. há tempo de sorrir e há tempo de chorar.
Acumulamos
bens e pessoas e não gostamos de nos separar delas. É doloroso, triste, mas um
dia, vamos nos separar. É inevitável, a única certeza que temos é a morte. O
ideal seria: querer bem e ser querido, amar e ser amado.
A questão
das perdas está intimamente relacionada com o apego pelas pessoas e pelas
coisas. A separação delas, em função deste vínculo, ocasiona dor, sofrimento,
decepção e outros sentimentos. Há uma série de reações que são normais diante
de qualquer perda sofrida, tais como: 1-Choque:
que é o abalo , o desespero e atordoamento, entorpecimento, confusão e agitação. 2-Negação: é a descrença na notícia
ou no fato. É uma defesa psicológica para fortalecimento da pessoa. 3-
Ambivalência: é a dúvida entre a aceitação e a não aceitação da notícia ou do
fato. 4-Revolta: com a situação, com as pessoas. 5-Ação: é uma tentativa de conseguir
de volta aquilo que foi perdido. 6-Depressão: é uma profunda tristeza, que
varia de acordo com o tipo e intensidade de apego com a pessoa ou situação de
perda. 7-Aceitação e Adaptação: a pessoa percebe que não tem mais jeito, e a
vida precisa continuar. Perder dói, mas é um sofrimento que tem cura.
Na
existência todas as coisas estão ocorrendo ao mesmo tempo e não se pode
desconsiderar o efeito de todas as forças atuantes. Afetamos a tudo e por tudo
somos, afetados. Há decisões inevitáveis, atitudes inevitáveis, problemas
inevitáveis e perdas inevitáveis. Nossos esforços não podem mudá-las, não temos
nenhum controle sobre elas. e outras sobre as quais não temos nem controle, nem
influência: só resta a aceitação. Excluindo de dentro de nós qualquer possibilidade
de revolta. Neste sentido existe esta afirmação: “Senhor, concedei-nos a
serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar; a
coragem para modificar aquelas que podemos; e a sabedoria para distinguirmos
umas das outras.”
Para Lidar com as Perdas:
*Aprender
a lidar com o sentimento é uma forma para minimizar e conviver com o que incomoda. A própria dor é um sinal para nos
advertir de algo.
*Cortar
os pensamentos negativos, os medos e as falas negativas.
*Colocar
na mente, que o problema não é tão grande quanto quer parecer.
*Encarar
o problema como um desafio para mudar, para evoluir, para livrar-se de algo que
o sufoca, para enxergar novas oportunidades, para encontrar a luz e para provar
a sua capacidade de soerguimento, diante de uma humilhação, desprezo ou
indiferença de outrem.
*Saber
que o sofrimento é passageiro, mas a nossa resistência deve ser eterna.
*Nos
casos de perdas afetivas, lembrar que ninguém perde o que nunca foi seu e o que
não passou de uma mera ilusão amorosa, permeada por sucessivas traições
conjugais. Uma pessoa de mau caráter e traiçoeira contumaz nunca vai mudar, é de
seu molde trair.
*Cuidar
o máximo de si. Mantendo as portas abertas para as oportunidades, nunca desistir
de insistir em ser feliz, não ter autocomiseração, não aceitar migalhas do
outro, como se fosse o único capaz de nos completar afetivamente; porque ninguém
muda ninguém, a mudança depende de cada um fazê-la. Banir a idéia de que,
estando abatidos, não merecemos encontrar a felicidade.
*
Selecionar melhor com quem temos convivência, dando
menos espaço para pessoas erradas fazerem parte de nossa existência. Os revezes
nos deixam mais fortes, se tirarmos lições. Às vezes as perdas podem significar
ganhos; só vamos entender isto mais tarde.
*Uma
vivência de espiritualidade ajuda na superação das perdas; o tempo também,
porque permite que a mente se rearranje. Encarar a realidade é indispensável: a
morte existe, as perdas existem, mas temos que continuar existindo a despeito
das perdas.
*Há
um momento para se livrar dos traumas que carregamos quando sofremos a dor da
perda. Neste momento precisamos de Deus, e de pessoas qualificadas que possam
nos ajudar a superar a dor. Devemos procurar ajuda, para a fase de reconstrução
da energia para continuar existindo em busca da realização pessoal e da
concretização dos sonhos acalentados.
*A
solução mais eficaz e que nunca falha é solicitar forças Divinas, para que nos
capacite para superar o problema. Mas, sempre com a consciência de que é
necessário que nós façamos a nossa parte. A graça de Deus é infinitamente maior
do que todos os nossos problemas. Experimentai e vede.
*Um
conforto, tudo passa, com absoluta certeza, o efeito das perdas também passará!
“Quem
tripudia será tripudiado. Quem ri muito hoje poderá ter que chorar amanhã.
Portanto, ser prudente sempre! (EM).”
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