PERIGO
NA ÁGUA
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ernidiomigliorini@gmail.com
Dados do Ministério da Saúde revelam que a água do brasileiro está
contaminada com substâncias que podem causar doenças graves. As informações são
parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo
Humano (Sisagua).
A situação é
extremamente preocupante e certamente configura riscos e impactos à saúde da
população.
O perigo é
que a combinação de substâncias multiplique ou até mesmo gere novos efeitos.
Essas reações já foram demonstradas em testes. Mesmo que um agrotóxico não
tenha efeito sobre a saúde humana, ele pode ter quando mistura com outra
substância. Agrotóxicos na água.
As políticas
públicas não monitoram a interação entre as substâncias porque os estudos que
embasam essas políticas não apontam os riscos desse fenômeno. Os agentes
químicos são avaliados isoladamente, em laboratório, e ignoram os efeitos das
misturas que ocorrem na realidade.
O Ministério
da Saúde afirma que a exposição aos agrotóxicos é considerada grave problema de
saúde pública e lista efeitos nocivos que podem gerar: puberdade precoce,
aleitamento alterado, diminuição da fertilidade feminina e na qualidade do
sêmen, alergias, distúrbios gastrintestinais, respiratórios, endócrinos,
neurológicos e neoplasias. Ressalta que ações de controle e prevenção só podem
ser tomadas quando o resultado do teste ultrapassa o máximo permitido em lei. O
Brasil não tem um limite fixado para regular a mistura de substâncias. No
Brasil, há apenas limites individuais. Assim, somando todos os limites
permitidos para cada um dos agrotóxicos monitorados, a mistura de substâncias na
nossa água pode chegar a 1.353 microgramas por litro sem soar nenhum alarme. E os
limites individuais seriam permissivos. A legislação está há mais de 10 anos
sem revisão, é muito atraso do ponto de vista científico.
Um grupo de
trabalho foi criado pelo Ministério da Saúde para rever os limites da
contaminação. Depois de contaminada, são poucos os tratamentos disponíveis para
tirar o agrotóxico da água. A água mineral vem de outras fontes, mas que são
alimentadas pela água que corre na superfície, então eventualmente também serão
contaminadas. O esforço deve ser na prevenção porque o sistema de tratamento
convencional não é capaz de remover os agrotóxicos da água. O Ministério da
Saúde diz que a vigilância sanitária dos municípios e dos estados deve dar o
alerta aos prestadores de serviços de abastecimento de água para que tomem as
providências de melhoria no tratamento da água.
Questionado
sobre quais ações estão sendo tomadas, o Sindicato Nacional da Indústria de
Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), que representa os produtores de
agrotóxicos, fez uma defesa sobre a segurança dos pesticidas. Em nota, o grupo
afirma que a avaliação feita pela ANVISA, Ibama e Ministério da Agricultura
garante que eles são seguros ao trabalhador, população rural e ao meio ambiente
“sempre que utilizados de acordo com as recomendações técnicas aprovadas e indicadas
em suas embalagens”. No Brasil as empresas que produzem agrotóxicos não se
envolvem com o monitoramento da água, que é custeado pelos cofres públicos e
pelas empresas de abastecimento. Mais do que remediar a contaminação da água, é defendida
a proibição do uso dos pesticidas que oferecem maior risco. Nos testes com a
água do país, a controversa substância glifosato foi a que mais ultrapassou a
margem de segurança. Antes de aprovar os registros dos agrotóxicos, as empresas
fabricantes entregam estudos com testes feitos com animais em laboratórios.
“O preconceito tira a validade e o significado real do conceito de
algo ou de alguém. (EM).”
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