APARÊNCIAS
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Atualmente e
cada vez mais, ao invés de autenticidade, sinceridade e originalidade, proliferam
as meras aparências. Porque as pessoas precisam: de aplauso, se sentir amadas, buscar
segurança e aprovação. Sempre querendo passar uma imagem positiva.
>Nas
entrevistas de empregos os candidatos repetem o que imaginam que deve ser dito.
>São
todos felizes, motivados, corretos.
>Ninguém comete falhas, ninguém erra, nunca teve um ato ridículo. O mundo precisa de pessoas mais simples, verdadeiras e autênticas.
>Para ser
uma pessoa de sucesso, precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro
importado, viajar de primeira classe. Importante é que o filho possa se orgulhar de seus pais, embora
humildes. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de
verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não
para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir
que erraram.
>A maior parte das pessoas esconde as suas raízes.
>O indivíduo passa décadas em um emprego que não
o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.
>O pai
quer preparar o filho para o futuro e coloca o menino em aulas de inglês,
informática. A preparação de uma criança para o futuro é ela poder ser
criança. Não se pode extrair a infância dos filhos.
>O mundo virou
um mundo de faz-de-conta.
>Qual é o
seu defeito? Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal, ser
dedicado ao trabalho e não descansar o suficiente. É considerado
quem é bom em conversar, em fingir. São promovidos aqueles que fazem o jogo do
poder.
>Temos
um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas, arrogantes, que
não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até
o fim e não se preocupam com o conhecimento. Não adianta assumir uma
função para a qual não está preparado.
>O ter
consegue substituir o ser, que fica reforçado pelo parecer. As pessoas parece
que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. Deixamos-nos levar por essa necessidade de sermos
perfeitos em tudo e de valorizar a aparência. Isto vem do vazio que
sentimos. A gente continua valorizando ídolos e arrimos.
>O conceito muda quando a expectativa não se comprova.
>É comum colocar a
culpa nos outros. Há uma tendência a
reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas
humanidades.
>As
escolas ensinam aos alunos a serem covers
dos ídolos e dos bem sucedidos. As escolas deveriam ajudar o aluno a desenvolver as suas próprias
potencialidades.
>As pessoas têm buscado sonhos que não são seus. A sociedade quer instituir
que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.
Tem de estar feliz todos os dias. Tem que comprar tudo o que puder. Tem de
fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe. Não há um caminho único
para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não
para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.
“Maioria,
mesmice, modismo, falta de personalidade e desqualificação individual são
alguns dos insumos desta multidão deslumbrada, que navega na euforia inapta.
(EM).”
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