terça-feira, 12 de fevereiro de 2019


PÓS MORTE
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ORIGEM DOS COSTUMES LIGADOS À MORTE:
O ato de enterrar os corpos é antigo quanto o próprio ser humano. Pesquisadores descobriram cemitérios de a.C., com chifres de animais sobre os restos mortais.
 A necessidade de esconder os corpos embaixo da terra, ou de pedras, tinha a finalidade de proteger os corpos em putrefação, que atraíam animais predadores.
Origem do Velório: O costume de velar os corpos provavelmente surgiu na Idade Média, quando muitos dos utensílios domésticos, como copos e pratos, eram fabricados com estanho. As famílias com mais posses utilizavam copos desse metal para consumir bebidas alcoólicas, porém, a mistura das substâncias poderia deixar o sujeito embriagado, causando uma espécie de narcolepsia. Quando encontrado, o corpo era recolhido e colocado sobre uma mesa. Assim, a família fazia uma vigília para ver se o alcoólatra iria acordar. O nome velório surgiu das velas. Sem luz elétrica na época, as pessoas passavam as noites segurando velas enquanto vigiavam o adormecido. Daí a expressão velar o corpo. A tradição de aguardar 24 horas para sepultar os mortos deve-se à suposta possibilidade de haver sua ressurreição até final deste tempo, por não ter se consumado a sua morte cerebral. Velório é uma cerimônia fúnebre em que o caixão do falecido é posto em exposição pública para permitir que parentes, amigos e outros interessados possam honrar a memória do defunto antes do sepultamento. Sua duração é variada: de poucas horas a mais de um dia, podendo inclusive acontecer durante a madrugada. Geralmente o velório é realizado em um lugar próprio para isso contíguo ao cemitério, em capelas ou igrejas embora possa ser feito em outros lugares, especialmente quando o morto foi uma pessoa célebre, realizando-se neste caso em sedes de governo ou de instituições, palácios, câmaras municipais, prefeituras e outros. Um dos motivos para a realização do velório é para ter certeza de que o morto está realmente morto. Para isto estipularam o prazo de 24 horas. Em alguns países, os hospitais permitem que corpo fique em uma sala refrigerada e receba a visita de parentes e amigos. Existem  funerárias que desenvolvem formatos curiosos de caixões para velórios. Urnas com glitter, em formato de caixas de cigarro, de carros, com estampas de marcas de cerveja, além dos caixões de luxo, que podem custar fortunas.
Coroa de Flores: No início, os velórios eram realizados nas casas das famílias e todos os parentes e pessoas próximas compareciam e entregavam flores. Com o surgimento de lugares próprios para isso, muitos não podiam se deslocar até o local do velório e passaram a enviar as flores e cartas. Para mostrar a todos que, mesmo não comparecendo, aquela pessoa se importava com o morto, passou-se a enviar flores e faixas com um recado em letras garrafais. Assim, todos os presentes poderiam saber quem enviou e a mensagem. Essa é a origem mais provável para a coroa de flores.
Sepultamento: De origem hebraica, quando os corpos são colocados em sepulturas, túmulos. Como no caso dos Patriarcas e de Jesus. Houve o costume de sepultar clérigos e homens livres em igrejas. Os indigente e escravos eram enterrados. A quantidade de templos aumentava, proporcionalmente, à quantidade de mortos.
Enterro: Os corpos são colocados diretamente em covas no solo, acondicionados em caixões. No século XIV, a peste negra dizimou milhões de pessoas, fazendo com que não fosse possível comportar tantos corpos em sepulturas. Assim, os enterros foram instituídos.
Origem do Cemitério: Os primórdios da origem do cemitério remetem ao período pré-histórico: escavações arqueológicas identificaram o hábito de cobrir os mortos com pedras ou enterrá-los já naquela época. Mas o costume tinha um sentido diferente: os corpos em decomposição atraíam animais, colocando a vida das demais pessoas em risco. Destinar um local para o sepultamento é um costume que vem dos hebreus, com a criação da catacumba em paredes de galerias subterrâneas. Na Roma antiga houve a proibição dos enterros na cidade, levando assim a sepultamentos pelas estradas. Porém, com o crescimento e desenvolvimento das cidades os mortos enterrados em locais afastados voltaram a fazer parte do perímetro urbano. Após o período de uso das catacumbas subterrâneas, as áreas internas das igrejas e os espaços adjacentes passaram a ser utilizadas para o enterro de pessoas. No entanto, essa prática criou um problema com o tempo: já não havia mais espaço para abrigar tantos corpos, e o resultado foi a contaminação do solo, causando o aparecimento de epidemias mortais. Morar perto desses locais era altamente perigoso. Surgiu então uma lei inglesa direcionada aos sepultamentos, que passaram a ser feitos ao ar livre e longe da área urbana. Este é, possivelmente, o ponto de partida para os cemitérios. Os sepultamentos em igreja, permaneceram comuns até o século XIX. Esta era uma prática que, segundo a tradição católica, aproximava os falecidos aos santos. Além disso, ser sepultado no interior de uma igreja era sinal de prestígio.
Nos dias atuais, os cemitérios se mesclam à paisagem urbana, tornando-se inclusive pontos turísticos bastante visitados por curiosos de todo o mundo que se interessam pelas personalidades e artistas enterrados nestes locais. Os cemitérios mais famosos do mundo: Recoleta, em Buenos Aires (Argentina), o Cemitério de Highgate, em Londres (Inglaterra), Cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, o da Consolação, em São Paulo,  St. Louis Nova Orleans, Estados Unidos, catacumbas de Paris, o Cemitério Complexo-Museu Mevlâna, em Konya (na Turquia). O maior cemitério do mundo é o Wadi Al-Salaam, no Iraque, com mais de 5 milhões de corpos. No Brasil, quem não possui um espaço privado no cemitério é enterrado nas quadras gerais. Após três anos, o corpo é exumado e os restos são direcionados a um ossuário. Enterrar um corpo em terreno privado, e não no cemitério, é considerado crime de ocultação de cadáver.
Costumes em Velórios:
->Para os Muçulmanos, o velório é um intervalo entre outras etapas do ritual de despedida. O corpo deve ser sepultado depressa. Vestir preto não é obrigatório, estar trajados sobriamente, as mulheres manter a cabeça coberta, rezam em conjunto, perto do caixão, para que a alma do falecido siga em paz seu caminho. Os familiares podem permitir música durante a cerimônia
->Para os Budistas, familiares, amigos e um monge oram e despedem-se com calma, já que a morte é uma etapa de um longo processo evolutivo, e não um fim definitivo. Os visitantes levam palavras de consolo para os parentes do morto e também algum dinheiro, para ajudá-los com as despesas do funeral. O corpo é colocado em um caixão, com um rosário budista enrolado nas mãos. Os presentes recitam textos sagrados em coro. Algumas subdivisões dos budistas oferecem alimento e água num altar, como símbolo de desapego do corpo físico. Junto do caixão, acendem-se velas e incensos.
->Para o Hinduísmo, Nos rituais fúnebres hindus, o velório é apenas uma transição entre duas etapas mais importantes: a preparação do corpo, feita logo após a morte, e a cremação, que tem forte simbologia. Por isso mesmo, não há regra estabelecida para essa fase e os adeptos de diversos segmentos do hinduísmo despedem-se, cada qual, à sua maneira. Há regiões da Índia em que familiares e amigos jogam pétalas de rosas , margaridas e jasmins sobre o corpo e dão três voltas em torno dele (o número 3 é simbólico para os hindus. Segundo a crença, são três os deuses – Brahma, Vishnu e Shiva – que representam o ciclo completo da existência). Deixar cartas sobre o falecido, pedindo que a alma encontre o caminho da luz, é comum. Outro costume é fazer orações e ler textos sagrados diante do morto.
->Para O Judaísmo, O velório é o momento de reunir familiares e amigos do falecido para exaltar as suas qualidades, falar das bondades que praticou em vida e fazer orações em nome de sua alma. O caixão é ladeado por velas, para que o espírito encontre um caminho iluminado. A maior honra ao morto é oferecer donativos a entidades beneficentes em sua homenagem, o que traria conforto espiritual à alma diante de Deus. Na curta cerimônia, mulheres cobrem a cabeça com um lenço e homens com o quipá. Ninguém deve puxar conversa nem dar pêsames aos familiares do falecido: os judeus creem que nenhuma palavra pode expressar tamanha dor, então o melhor é ficar quieto nessa hora. O caixão fica fechado, expor o morto seria desrespeito, já que para os judeus o importante é lembrar-se da pessoa como era em vida. O corpo nunca fica sozinho e os presentes não comem, bebem, cantam nem ouvem música. Em voz alta, a leitura de salmos e declarações sobre as virtudes do falecido.
->Para o Cristianismo, Familiares e amigos recebem condolências em sinal de luto e respeito. O caixão fica aberto para que os presentes toquem o corpo e dirijam-lhe as últimas palavras. A cerimônia deve ser a melhor possível, em sinal de reverência à memória do morto. Os católicos rezam e celebram uma missa, além de entoar cantos religiosos. Um padre faz as exéquias, conjunto de rezas para encomendar o corpo para a vida eterna. Familiares e amigos do morto se vestem de maneira sóbria e respeitosa. Os protestantes, por sua vez, não adotam o preto como cor oficial do luto. No caso dos católicos, há uma cruz em cima do caixão e quatro velas ao redor. As velas simbolizam a luz de Cristo ressuscitado e são acesas para iluminar o caminho da alma até a eternidade. Amigos enviam flores aos familiares, simbolizando a primavera da vida que floresce na eternidade .Os crisântemos são as flores preferidas pelos brasileiros para homenagear quem já morreu.
Caixões: Pensando em diminuir o impacto ambiental, já que o caixão, as roupas e o líquido tóxico da decomposição do corpo podem atingir os lençóis freáticos, foram criados caixões de material biodegradável.
A cremação: Técnica que reduz um corpo a cinzas, foi criada por volta de 1000 a.C. pelos gregos e romanos, que acreditavam que o sepultamento era para criminosos e seria mais digno ter o corpo cremado.  Até 1964, a Igreja Católica não permitia que seus fiéis fossem cremados. Atualmente, mesmo sem a proibição, o hábito do enterro ainda continua muito forte em países católicos.
Tanatopraxia; é uma técnica para conservar cadáveres e consiste em duas etapas. Na primeira, há a substituição do sangue por um fluido à base de formol. Depois, utilizando uma bomba de aspiração, são retirados gases e fezes. O corpo ainda é limpo, e o profissional cuida dos cabelos, da barba, das unhas e até da maquiagem do falecido.  
“Os rituais e seus símbolos pretendem, segundo os seus praticantes, concretizar eventos futuros carregados das mais diversas intencionalidades pessoais e coletivas, no contexto da suposição de veracidade para cada afirmação. (EM).”





















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