quarta-feira, 22 de agosto de 2018

NU ARTÍSTICO


NU ARTÍSTICO
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Nu artístico, é a exposição do corpo de uma pessoa nua em pintura, escultura, performance, cine e fotografia. É uma das classificações acadêmicas das obras de arte. A nudez na arte refletiu os padrões sociais para a estética e a moralidade da época que a obra foi realizada. A nudez na arte mais tolerada do que na vida real.
Por costume é associado ao erotismo. O nu  tem diversas interpretações e significados:  mitológico, religioso, anatômico e estético. Na Grécia Antiga isto era bastante acentuado. A arte é uma representação do mundo, do ser humano e um reflexo da existência. O nu esteve presente na arte, sobretudo nas épocas anteriores à invenção de procedimentos técnicos, fotografia e cine, para captar imagens do natural. A pintura e a escultura eram os principais meios para representar a existência. Para os gregos o corpo era um motivo de orgulho; para os judeus e para o cristianismo, era motivo de vergonha.
A representação artística do corpo humano é constante em toda a história da arte. O nu foi um tema recorrente na produção artística em todas as culturas que se sucederam no mundo ao longo do tempo. Desde as formulações clássicas da Grécia Antiga. O ideal de perfeição do corpo humano provém da Grécia clássica.
O arquiteto romano Vitrúvio, estabeleceu que as proporções ideais em arquitetura  se baseiam na medida do corpo humano, que é um modelo perfeito, porque com braços e pernas estendidos encaixa nas duas principais formas geométricas, consideradas perfeitas, o círculo e o quadrado. Portanto, na antiguidade o nu artístico tinha um forte sentido de perfeição estética e inspiração arquitetônica.
O nu renascentista foi base do estudo do corpo humano para o ensino acadêmico da arte. Fundamentado na anatomia e concebido  sem qualquer conotação puramente sensualista. Puramente intelectual, que confere um sentido de nobreza artística. Um componente indissolúvel do nu é o erotismo.
No século XXI o nu artístico é visto com naturalidade pela maioria. O nu artístico teve, especialmente desde o Renascimento, um marcado sentido iconográfico. Dando-lhe um significado relacionado à mitologia greco-romana e à religião. Com esteticidade intrínseca do corpo humano. As fontes iconográficas para estas representações encontram-se nos textos dos autores clássicos greco-romanos: Homero, Tito Lívio, Ovídio. Com o tempo, foi forjado um corpus iconográfico que recolhia os mitos, lendas, passagens sagrados e relatos históricos. O tema mais recorrente na iconografia do nu é o nascimento de Vênus, que segundo conta a lenda é a deusa do amor e nasceu dos genitais do deus Urano, cortados pelo seu filho Cronos e depois arrojados ao mar. E o relato Bíblico: “Deus mandou cair um sonho profundo sobre o homem e, enquanto este dormia, tomou uma das suas costelas e então cerrou a carne sobre o seu lugar. E Deus fez uma mulher da costela que tomara do homem”; “e ambos continuavam nus, o homem e a sua esposa, e não se envergonhavam”. Esta é a justificação para a nudez de Adão e Eva, os primeiros seres humanos, cuja nudez era natural, não manchada pelo pecado, e assim viveram no Paraíso até a sua expulsão após o Pecado Original. Mais uma justificativa para as esculturas do nu artístico.
Os autores do nu artístico também valiam-se da alegoria, que é uma figura literária ou tema artístico que visa a representar uma ideia valendo-se de formas humanas, animais ou objetos cotidianos.
O Nu antiestético representa personagens feios ou repugnantes, carentes de qualquer atrativo físico, com deformidades ou malformações, malvados ou depravados, monstros ou seres fantásticos da mitologia, demônios, bruxas e máscaras.
Na Grécia Antiga houve o período clássico, com a beleza e o período helenístico, com o horripilante, no nu artístico, caracterizando dicotomia.
Aspectos técnicos: a representação do corpo humano. A representação da figura humana é praticamente o único tema comum presente na arte em toda a história, geografia, técnica ou estilo artístico. Tecnicamente, o estudo do corpo humano baseou-se desde a arte clássica greco-romana num ideal de proporção e harmonia, embora este ideal se represente de jeito aproximadamente realista segundo os diversos estilos artísticos que se foram sucedendo. A proporção é a base de qualquer representação humana. Esta proporção baseou-se ao longo do tempo em diferentes normas ou cânones para a sua realização: no Antigo Egito, a medida básica era o punho fechado e a largura da mão, donde se obtinha um módulo básico que se reproduzia por quadrículas; assim, a cabeça formava três módulos, de ombros a rodelas compreendia dez módulos, e de rodelas a pés, seis. Para os gregos, o ideal era que a altura do indivíduo fosse o equivalente a sete vezes e meia do tamanho da cabeça para adultos, e entre quatro e seis cabeças para crianças e adolescentes. Outros estudos estabeleciam que a altura podia inscrever-se numa circunferência com centro no púbis, divisível pela sua vez em outras duas, uma superior com centro no esterno e outra inferior com centro na rótula. Outro fator importante no estudo da figura humana é a anatomia, tanto óssea como muscular: o esqueleto é formado por 233 ossos, que compõem um conjunto articulado que permitem a grande variedade de posturas e movimentos dos quais é capaz o corpo humano. Pela sua vez, os músculos são estruturas fibrosas que seguram os ossos e permitem o movimento, em ações de contração e expansão que são perceptíveis na complexão do corpo, e portanto de primordial importância para a sua representação artística. Cada parte do corpo tem as suas particularidades técnicas para desenhá-la: o tronco costuma ser realizado quadrangular, dividido em três partes de tamanho similar à cabeça, uma do púbis ao umbigo, outra do umbigo à linha inferior dos peitorais, e outra daí à cabeça. Para a sua representação de costas se tem de levar em conta a forma da espinha dorsal. Quanto ao torso, logicamente varia se é masculino ou feminino, sendo o primeiro mais anguloso e abrupto e o segundo mais suave e arredondado. Enquanto a braços, pernas, mãos e pés, é essencial o estudo do movimento articulado, assim como o seu relevo anatômico, no que são mais evidentes as formas ósseas e musculares. É preciso levar em conta que, sobretudo nos braços e nos ombros se foca a força e o gesto da figura, e que o antebraço tem diversos movimentos: pronação e supinação. As mãos são a parte mais articulada do corpo, e o seu grande número de posições e gestos implica uma autêntica linguagem comunicativa do corpo. Finalmente, a cabeça é uma parte essencial, pois o rosto é a parte mais diferenciada de cada indivíduo, e a sua expressão facial indica múltiplos sentimentos e estados de ânimo. Quanto à sua proporção, a cabeça é simétrica vista de frente: o seu centro situa-se na glabela, com um tamanho de três vezes e meia da altura da testa, em três módulos que correspondem um à testa, outro das celhas à ponta do nariz e outro da ponta do nariz ao mento. Outros aspectos a levar em conta na representação humana são o movimento e a postura: com o movimento a anatomia sofre leves modificações das suas formas básicas, os retângulos podem tornar-se losangos ou trapézios, as curvas ressaltam-se e as dimensões reduzem-se. É preciso levar em conta os eixos transversais, principalmente de ombros e cadeiras, geralmente contrapostos. Quando a figura está em funcionamento, o movimento responde a dois fatores principais, o equilíbrio e a tração, que devem ser compensados. O equilíbrio é essencial para a correta colocação da figura na cena que o envolve, e para dotá-la de uma sensação de realismo. O centro de gravidade situa-se na última vértebra dorsal. O movimento baseia-se em dois eixos básicos: os horizontais (ombros, cintura e cadeiras) e os verticais (tronco, abdômen, cabeça, pernas e braços).
A base do nu artístico é o desenho, a realização de um rascunho ou um esboço sobre cuja base realizar-se-á a imagem final. No desenho acadêmico, estes rascunhos chamam-se precisamente “academias”, e costumam estar realizados fixando-se especialmente no modelado de luzes e sombras.
Na arte paleolítica o nu estava fortemente vinculado ao culto à fertilidade, coma representação do corpo humano feminino de formas obesas.
No Egito a nudez era vista com naturalidade.
Denomina-se arte clássica à desenvolvida nas antigas Grécia e Roma, contribuíram para a história da arte um estilo baseado na natureza e no ser humano, onde preponderava a harmonia e o equilíbrio, a racionalidade das formas e dos volumes, e um sentido de imitação da natureza. A arte grega desenvolveu-se em três períodos: arcaico, clássico e helenístico. Grécia foi o primeiro lugar onde se representou o corpo humano de uma forma naturalista. Para os gregos, o ideal de beleza era o corpo masculino nu, que simbolizava a juventude e a virilidade. O nu grego era ao mesmo tempo naturalista e idealizado: naturalista quanto à representação fidedigna das partes do corpo, mas idealizado quanto à procura de umas proporções harmoniosas e equilibradas, recusando um tipo de representação mais real que mostrasse as imperfeições do corpo ou as rugas da idade.
O primeiro expoente do nu masculino é constituído por um tipo de figuras que representam atletas, deuses ou heróis mitológicos.
       Arte da Roma Antiga recebeu uma grande influência da arte grega. Graças à expansão do Império Romano, a arte clássica greco-romana alcançou quase toda a Europa, norte da África e Próximo Oriente. A maior parte de estátuas romanas são cópias de obras gregas, ou estão inspiradas nelas.
O nu renascentista inspirou-se em modelos clássicos greco-romanos, com uma função diferente da que tinha na antiguidade:  na Grécia o nu masculino exemplificava a figura do herói, na Itália renascentista o nu tem um caráter mais estético, mais vinculado a uma nova forma de entender o mundo, afastada de preceitos religiosos, o ser humano novamente como centro do universo. Destacou-se o nu feminino. Existem casos de representação da figura humana despida na pintura rupestre, reduzida a traços esquemáticos, destacando-se os órgãos sexuais.
No século XIX mais o nu feminino. O nu romântico é mais expressivo. No academicismo obras de nu, de tema mitológico, com figuras de grande perfeição anatômica.
O simbolismo foi um estilo de traços fantásticos e oníricos, com um erotismo sugestivo. Além da pintura e na escultura, o nu também se desenvolveu em outras artes, da dança e o teatro meios e técnicas como a fotografia, o cine, a televisão e a revista em quadrinhos. O nu masculino na fotografia não foi tão habitual quanto o feminino. O nu no cine esteve frequentemente ligado ao cine erótico e pornográfico. O nu é também um recurso habitual nas artes cênicas como o teatro e a dança.  As estátuas europeias gregas e romanas possuem a peculiaridade anatômica de ter um órgão sexual diminuto.    Por estar sendo representado em estado flácido e se atribuía mais inteligência a quem possuía esta dimensão. As esculturas gregas eram todas pensadas em termos simbólicos e cheias de idealismos. Portanto, cada detalhe nas obras seguia os preceitos da época.
“O tempo presente sucede o passado e o futuro sucede o tempo presente; o posterior conta a história do anterior e, enquanto houver existência o elo que une os três não será interrompido, mantida a corrente e manifestados os ciclos. (EM).”






      


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