CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO
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O ambiente
global continuará favorável para o Brasil em 2018. As principais economias
desenvolvidas manterão uma sincronia elevada em 2018, em termos de maior
crescimento econômico e menor inflação.
O crescimento do PIB nos EUA aumentará em 2018, com
a inflação permanecendo relativamente estável. O banco central dos Estados
Unidos manterá a política de alta gradual de sua taxa de juros. A aprovação
pelo Congresso da proposta tributária do governo, que incorpora redução de
impostos sobre o setor corporativo e as famílias, terá impacto benigno, mas
incerto sobre o aumento dos investimentos e do consumo.
O PIB da
Área do Euro crescerá mais em 2018, beneficiado pelo aumento da demanda externa
e por uma política fiscal mais acomodatícia, permitindo uma expansão da
economia acima do seu potencial, em um cenário de inflação comportada. O Banco
Central Europeu interromperá gradualmente o afrouxamento monetário quantitativo
em meados de 2018 e elevará sua taxa de juros apenas a partir de 2019.
A expansão
econômica da China continuará relativamente estável em 2018, com continuação da
lenta migração de um modelo de crescimento com foco em investimentos e exportações
para outro com maior relevância do consumo das famílias. A influência
geopolítica e econômica do governo da China nos mercados emergentes continuará
a aumentar nos próximos anos, com provável ampliação dos fluxos de
investimento.
A elevada
liquidez financeira continuará a favorecer os mercados emergentes, com fluxos
expressivos de divisas para esses mercados. O Brasil será beneficiado por esse
cenário global benigno.
A baixa aprovação do atual presidente brasileiro indica
que alguns partidos poderão deixar o governo em 2018. A redução do apoio
político ao governo e a proximidade das eleições tornarão improvável a
aprovação de medidas relevantes no Congresso em 2018, principalmente aquelas
que exigem mudanças constitucionais. O presidente eleito em outubro de 2018
precisará construir uma base de apoio sólida o suficiente para aprovar já em
2019 diversas reformas estruturais: reforma da Previdência
Social e Tributária, que exigem maioria constitucional. O governo também
precisará avançar na implementação de uma agenda microeconômica, visando elevar
a produtividade da economia e o crescimento potencial do País.
No Brasil, retomada
gradual da atividade continuará em curso em 2018. O crescimento econômico
aumentará em 2018, com expansão positiva em todos os trimestres do próximo ano.
Essa dinâmica pressupõe que o ambiente global permanecerá favorável e que o
quadro político não contaminará a economia de forma significativa. O maior
crescimento do PIB em 2018 estará associado, principalmente, à continuação da
sólida expansão do consumo das famílias e à ampliação dos investimentos. O
crescimento do consumo das famílias em 2018 responderá à manutenção de
condições de crédito favoráveis, à alta da massa salarial real e ao aumento do
número de postos de trabalho. Os investimentos crescerão em 2018 como reflexo
da expansão do crédito para pessoas jurídicas. A contribuição do setor externo
diminuirá ligeiramente, em virtude do aumento das importações, como reflexo da
maior demanda doméstica. A contribuição do consumo do governo para o PIB será
praticamente nula.
Investimento direto no País continuará alto em 2018. O saldo comercial
diminuirá em 2018, em função de uma alta das importações mais substancial do
que a das exportações. As importações aumentarão em 2018, devido ao maior
crescimento econômico e à hipótese de reduzida depreciação cambial. A expansão
das exportações em 2018 será consequência da alta das vendas externas de
manufaturados, reflexo do maior crescimento global. O aumento das exportações
será inferior ao de 2017, devido à menor alta do preço do minério de ferro e,
principalmente, a menores vendas externas de commodities agrícolas, como
consequência da redução da produtividade agrícola. A elevação do déficit em
transações correntes nos próximos anos será explicada pelo recuo do superávit
comercial e pela alta do déficit no balanço de rendas e serviços, reflexo da
retomada da atividade. O Investimento Direto no País aumentará nos próximos
anos, refletindo, a elevada liquidez global, a alta demanda por ativos em
países emergentes e a expectativa de melhoria dos fundamentos domésticos no
médio prazo. A saída de investimentos em renda fixa será interrompida.
A reduzida
depreciação cambial em 2018 será em função do robusto balanço de pagamentos e
da recente melhoria dos fundamentos da economia.
Inflação e política monetária. Início de um
ciclo de aperto monetário até 2019. A depreciação cambial pouco expressiva, a ausência
de pressões de demanda e a alta persistência inflacionária contribuirão para
que a inflação permaneça próxima do centro da meta em 2018.
A inflação de alimentação no domicílio aumentará em 2018, em
virtude do fim do efeito benigno do choque de oferta de alimentos. A ligeira
elevação da inflação de bens industriais em 2018 será em função, de condições mais
favoráveis do mercado de trabalho e da retomada da atividade. A inflação de
serviços continuará diminuindo em 2018.
O Copom manterá a taxa Selic estável na maior parte de 2018.
O déficit
primário do setor público em 2018 será muito próximo ao de 2017. O governo será
capaz de cumprir em 2018 a regra que impede o crescimento das despesas do
governo federal em termos reais.
O pagamento de juros como percentual do PIB
diminuirá em função do forte corte da taxa de juros e da diminuição da inflação.
Maior crescimento global e inflação global mais alta em 2018. As
moedas com expectativas de maior depreciação cambial em 2018 são as do México,
Rússia e Brasil. As taxas do Brasil continuarão sendo uma das maiores entre os
países emergentes.
Os juros
reais nos EUA e Reino Unido aumentarão em 2018.
“A rigor, tudo
oscila, nada é estável. Cada avanço é uma nova faceta. As nuances e as
performances são movidas pela criatividade e inovação. Embora que, o que tem
sido, isto se tornará a ser; o que se tem feito isto se tornará a fazer. Nada
há que seja novo debaixo do sol. (EM).”
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