ITÁLIA
Descendente de Italianos, vindos de Vicenza, Veneto, Itália.
A Itália país da
Europa meridional, fronteira ao norte com França, Suíça, Áustria e Eslovênia,
forma uma península no mar Mediterrâneo e inclui duas ilhas, a Sicília e a
Sardenha. Historicamente influenciada pelos etruscos, gregos e celtas. Unificada em 262
a.C. sob o domínio romano. Roma é a capital da Itália. O nome Itália vem do
fato de os romanos chamarem de Itália ao sul da Península Itálica ou Apenina,
que significa terra de bois ou terra de pastos.
A Itália
influenciou intensamente para o desenvolvimento cultural e social de toda a Europa
mediterrânea e sobre toda a cultura europeia. No terceiro milénio a.C., foi
povoada por populações mediterrâneas que ali se estabeleceram. No segundo
milénio a.C., com as migrações indo-europeias, instalou-se uma civilização
específica, dos terramares, na planície do Pó; os últimos a chegar, os
vilanovianos, praticavam a incineração e faziam uso do ferro. Aproximadamente 1
000 a.C., dois grupos itálicos, ou italiotas constituíram o cerne da população
da Itália. No século VIII a.C., os etruscos instalaram-se entre o Pó e a
Campânia, dominando a região central da península Itálica durante séculos; os
gregos estabeleceram colônias e postos comerciais na Sicília e na costa
meridional da Itália, a Magna Grécia. No século IV a.C., os celtas ocuparam a
planície do Pó. A civilização etrusca conheceu seu apogeu nos séculos V e VI
a.C.
A realeza ou
monarquia romana vai desde as origens de Roma à queda da realeza em 509 a.C. Vai
desde o momento lendário de sua fundação em 21 de abril de 753 a.C., até o
final da monarquia em 509 a.C., quando o último rei, Tarquínio, o Soberbo foi
expulso, instaurando-se a República Romana.
A República
Romana, do latim res publica,
"coisa pública" é o Estado romano e suas províncias desde o fim do
Reino de Roma em 509 a.C. Sendo que o
Império Romano foi estabelecido em 27 a.C.
Roma
aproveitou-se das dissensões entre os diferentes povos da Itália para
conquistar progressivamente o conjunto da península, dominando ao mesmo tempo,
depois de derrotar Cartago, o conjunto do Mediterrâneo ocidental. O latim, a
língua do vitorioso, impôs-se em toda a Itália. Entre 91 a.C. e 89 a.C., a
Guerra Social obrigou Roma a conceder a cidadania romana a todos os habitantes
da península Itálica. Entre 58 a.C. e 51 a.C., com Júlio César, a Itália
conquistou a Gália.
O Império
Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por uma forma
autocrática de governo. O Império Romano sucedeu à República Romana que durou 509
a.C. até 27 a.C. e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e
Sula e pela guerra civil de Júlio César contra Pompeu. Júlio César foi indicado
como ditador perpétuo em 44 a.C., Em 2 de setembro de 31 a.C. ocorreu a vitória
do herdeiro de Otaviano na Batalha de Áccio. O senado romano outorgou a
Otaviano o título honorífico augusto em 16 de janeiro de 27 a.C. a.C. Otávio
incorporou a Gália Cisalpina à Itália, empurrando as suas fronteiras para o
norte.
A partir de
Augusto, a Itália tornou-se o centro de um vasto império. O cristianismo,
introduzido no século I e perseguido durante muito tempo, triunfou no século IV
em Roma, que se tornou a sede do papado.
No século
IV, o imperador Constantino reconstruiu e ampliou a cidade grega de Bizâncio,
chamando-a de "Nova Roma". Após sua morte, a cidade foi renomeada
Constantinopla, atual Istambul e gradualmente transformou-se na capital do
Império, originando o que mais tarde seria chamado de Império Bizantino. Roma
permaneceu como capital do Império do Ocidente até sua queda em 476 d.C.. Após
a morte do imperador Teodósio, em 395 d.C., o império foi definitivamente
dividido em dois.
No século V, com
as invasões bárbaras, o Império do Ocidente reduziu-se à Itália, que não foi
poupada. Alarico, rei dos visigodos, saqueou Roma em 410 d.C.. Seguiu-se o
saque do vândalo Genserico em 455 d.C..
Em 476 d.C.,
Odoacro, rei dos hérulos, depôs o imperador Rômulo Augusto, dando fim ao
Império Romano do Ocidente, e assumindo o título de rei da Itália. Esta data marca
o início da Idade Média.
Em 488 d.C.,
Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos, invadiu a Península Itálica e se
proclamou soberano absoluto, mas após sua morte em 526 d.C., seu reino entrou
em decadência. Justiniano, imperador romano do Oriente, restabeleceu a
autoridade bizantina na maior parte da península e Ravena tornou-se capital da
Itália bizantina.
Em 568 d.C.,
os lombardos, povo germânico, invadiram
a península e a controlaram quase toda, com exceção do enclave bizantino ao
norte, o Exarcado de Ravena. Além do Reino Lombardo, os lombardos fundaram os
ducados de Espoleto e Benevento.
A partir de
então, a Itália teve três capitais: Roma, sede do papado; Ravena, onde ficava o
exarca, representante do imperador; Pavia, onde se tinha fixado o rei lombardo.
Em 560 d.C.,
o novo e enérgico rei lombardo Alboíno derrotou os vizinhos gépidas, os fez
seus súditos e, em 566 d.C., casou sua filha Rosamund com o rei Cunimond. Na
primavera de 568 d.C., Alboíno liderou os lombardos junto com outros povos
germânicos, bávaros, gépidas, saxões e búlgaros, através dos Alpes, com uma
população de 400.000 a 500.000 pessoas, para invadir o norte da península
Itálica, derrotando os bizantinos e fundando o Reino Lombardo.
Depois da morte
de Alboíno, em 572 d.C., ocorreu um vazio no poder que propiciou a união de
diferentes grupos sob o comando de um líder regional chamado duque. Os
lombardos, como fizeram anteriormente os godos, abraçaram o credo denominado
arianismo, o que originou contínuos confrontos religiosos com os habitantes
nativos do país, majoritariamente católicos. Por fim, a conversão à fé católica
do rei lombardo Agilolfo, que reinou entre 590 d.C. e 615 d.C. trouxe no seu
bojo um período de relativa calma. Os lombardos, que pretendiam consolidar seu
poder político, começaram a fazer incursões no território papal. Em 754 d.C., o
papa Estêvão II pediu ajuda aos francos, convertidos à fé católica um século
antes.
No século
VIII, o papa pediu ajuda aos francos contra os avanços lombardos. Sob a forte
liderança de Pepino, o Breve, e posteriormente de seu filho, Carlos Magno, os
francos derrotaram os lombardos e depuseram seu último rei. Graças à proteção
de Pepino e Carlos Magno, constituíram-se os Estados Pontifícios. Em 774 d.C.,
Carlos Magno proclamou-se rei dos lombardos.
Em 775 d.C.,
Carlos Magno estabeleceu com o papa Leão III o acordo que por um lado
permitiu-lhe ser ungido como imperador do Sacro Império Romano-Germânico pelo
papa, por outro lado o comprometeu a promover a difusão do cristianismo em seus
domínios, respeitando Roma como sede do cristianismo, defendendo-a inclusive
das investidas do Império Bizantino. Seu domínio na península Itálica se
concentrou na Lombardia, ao Norte que passou a fazer parte do Império
Carolíngio, enquanto ao sul de Roma, os conquistadores árabes da Sicília e o
Império Bizantino disputavam o domínio.
A influência
carolíngia, foi dificultada no século IX
com as incursões sarracenas e normandas no Sul, e a fragmentação feudal. Após
875 d.C., os imperadores renunciaram à defesa da Itália, que, dado o
enfraquecimento do papado, caiu na anarquia (século X).
No século X, o
rei da Germânia Otão I foi coroado imperador em Roma em 962 d.C. e a Itália foi
integrada ao Sacro Império Romano Germânico. As cidades do norte da atual
Itália passaram a ficar mais independentes entre si, tornando-se importantes
centros econômicos e políticos. Nos meados do século XI, o papado reagiu,
sacudindo o jugo imperial.
Os longos
conflitos entre o papa e o imperador de 1073
a 1266, dos quais a Itália foi, com frequência, o principal alvo, debilitaram,
na realidade, os dois poderes, enquanto nascia nos séculos XI-XII uma Itália
comercial, urbana, independente e rica.
A Questão das
Investiduras (1075-1122) encerrou-se com a vitória do papado sobre o império.
Apoiados por Roma, os normandos de Roberto de Altavila criaram um reino no Sul
da Itália. Entre 1122-1250, surgiu a força
das cidades, erigidas em comunas e enriquecidas pelo crescimento
econômico (Pisa, Gênova, Florença, Milão e Veneza). O conflito entre Roma e o
Império recrudesceu com a querela do Sacerdócio e do Império (1154-1250),
permitiu ao imperador Frederico I conquistar o reino normando, as cidades
obrigadas a envolver-se nele e dilaceraram-se entre guelfos (partidários do
papa) e gibelinos (partidários do imperador).
No século
XIII o poder nas cidades, passou às mãos de potentados. Na Itália do Norte,
dominavam quatro grandes cidades-estados (Florença, Gênova, Veneza e Milão), e
San Marino é uma remanescente das cidades-estados setentrionais. Na Itália
central, o papado, forçado a deixar Roma por Avinhão (1309 - 1376), foi
enfraquecido pelo Grande Cisma do Ocidente (1378-1417). O Sul da Itália foi
entregue a Carlos de Anjou e a Sicília, à coroa de Aragão. O Sul da península
ficou dividido pelas lutas entre os angevinos e os aragoneses (séculos XIV-XV).
No século XIV, a
península Itálica foi campo de batalha para os franceses, os aragoneses e os
suíços. No final do século XV, a Itália foi invadida pela França e, mais tarde,
pelo imperador Carlos V, que subjugou a maior parte do território em 1550. A
França, pelo Tratado de Cateau-Cambrésis, renunciou às suas pretensões à parte
transalpina (1559), e os aragoneses, herdeiros de Carlos V na Itália, dominaram
o sul da península durante dois séculos.
O século XIV
foi de grande desenvolvimento comercial nas quatro repúblicas marítimas,
Veneza, Génova, Pisa e Amalfi, e financeiro em Florença. O desenvolvimento
econômico e a riqueza da Itália geraram um grande desenvolvimento cultural e
artístico, o Renascimento, que se irradiou pela Europa. Nesta época Dante
Alighieri escreveu A Divina Comédia em dialeto neolatino toscano. A língua italiana
atual evoluiu a partir deste dialeto.
No século XV,
surgiu no norte o Ducado de Saboia. Nas cidades, onde famílias principescas
sobrepujaram o regime republicano ocorreu o apogeu do Renascimento em Florença.
O
Renascimento foi a ponte entre e Idade Média e a Era Moderna. O saber passou a
ser o centro de todas as atenções. A Itália ofereceu à humanidade na Pintura e
Escultura: Michelangelo, Rafael, Ticiano, Tintoretto e Leonardo da Vinci; na
Arquitetura: Filippo Brunelleschi; na Física: Leonardo da Vinci, o eclético;
nas Ciências Políticas: Maquiavel; nas Ciências Contábeis: Luca Pacioli.
A influência da
Igreja Católica foi muito grande. Roma estabeleceu confrontos abertos com as cidades-estados
apoiada por potências estrangeiras. O papa Alexandre VI favoreceu a influência
espanhola na Itália, (1559-1700).
O domínio
espanhol e austríaco (séculos XVII - XVIII), o desmembramento extremo do país e
o deslocamento das vias marítimas em detrimento do Mediterrâneo provocaram o
declínio econômico da península. Pouco a pouco, as velhas cidades perderam a sua
influência em proveito do Reino da Sardenha (casa de Saboia). Em 1860 Unificação
de Itália e anexação francesa de Nice e de Saboia.
No século XVIII,
o Tratado de Utrecht 1713) submeteu a Itália à dominação dos Habsburgo da
Áustria. Toscana, Nápoles e Parma
retornaram às mãos dos Bourbon da Espanha (1734). Entre 1792 e 1799, a Itália
permaneceu sob a influência da França, que anexou a Saboia e Nice e ocupou a
República de Gênova. Foram instituídas efêmeras "repúblicas irmãs".
Entre 1802 e 1804, Napoleão Bonaparte conquistou o conjunto da península e
instituiu, no norte, a "República Italiana". Entre 1805 e 1814, tornou-se Reino de Itália, tendo Napoleão
Bonaparte como soberano; o reino de Nápoles, ocupado em 1806, foi confiado a
José Bonaparte e depois (1808) a Joaquim Murat.
Em 1814, a
Itália com 12 estados. A dominação austríaca foi restaurada no norte e no
centro. A oposição dos italianos ao domínio austríaco manifestou-se em um
sentimento cada vez mais forte em favor da unidade nacional e da independência,
cujo sintoma foi o nascimento de uma rede de sociedades secretas que
desempenharam um papel de vital importância no transcurso das revoluções de
1820, fortemente reprimidas pela Áustria.
Entre 1820 e
1821 conspirações de sociedades secretas (carbonários) contra o retorno do
absolutismo. Entre 1831 e 1833, novas revoltas, inspiradas pelo republicano
Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália.
As
insurreições liberais e nacionais não obtiveram resultado em 1820, 1831 e 1848.
As novas forças do Risorgimento
criaram esperanças de independência dos governos austríaco e francês. O Reino
da Sardenha com Carlos Alberto, Vítor Emanuel II e seu ministro Cavour obteve o
apoio da França. Em 1859, as tropas franco-sardas derrotaram a Áustria que foi obrigada a deixar a Lombardia. Em
1860, a França recuperou Nice e a Saboia. A união dessas regiões com o Piemonte
deu origem a movimentos revolucionários na Itália central e no Reino de
Nápoles, conquistado por Garibaldi general e herói italiano.
Em 1861 houve a
proclamação do reino da Itália, tendo Vítor Emanuel como soberano e Florença a
partir de 1865 como capital. Em 1866, o reino ampliou-se com a inclusão do
Vêneto. A unificação completa do país foi concluída em 20 de setembro de 1870,
quando Roma foi conquistada, tornando-se a capital.
Em 1876, o
chefe de governo é Francesco Crispi. Vítor Emanuel II foi sucedido por Humberto
I (1878), assassinado em 1900, e por Vítor Emanuel III.
Na Escalada para
a África, ministro italiano dos assuntos exteriores, Crispi, reivindicou a
colônia da Eritreia (1889), derrotado (1896) na Batalha de Adowa.
Entre 1903 e
1914, Giovanni Giolitti, presidente do Conselho de Ministros, restabeleceu a
ordem e o equilíbrio econômico. A política externa resultou na Guerra
Ítalo-Turca (1911-1912). Durante o conflito, a Itália conquistou o norte de
Trípoli e o Dodecaneso, em 1914, ocupou grande parte da Líbia, declarando-a
parte integral do país em 1939. Criou um império colonial na África que
incluía, a Líbia, a África Oriental Italiana, composta da Eritreia, Somália
Italiana e Etiópia.
A Itália
participou da Primeira Guerra Mundial ao lado dos Aliados (1915 a 1918), com a
conquista de Trentino, do Alto Adige (ou Tirol Meridional) e Fiume, atual Rijeka.
Em 1922,
Mussolini, foi nomeado primeiro-ministro pelo rei e instaurou o fascismo. Mussolini,
o duce (chefe), consolidou a unificação italiana com o "Concordato"
com a Igreja Católica que abriu mão de grande parte de seu território,
restringindo o Estado do Vaticano a uma pequena área na Cidade de Roma.
O ditador
Mussolini determinado a criar um novo Império Romano, invadiu a Etiópia (1935),
ligando-a à Eritreia e à Somália Italiana para formar a África Oriental
Italiana, e a Albânia (1939). Em junho de 1940, Mussolini, que constituíra em
1936 o Eixo Roma–Berlim e, em 1939, assina com o III Reich o pacto de Aço,
entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado do Japão e da Alemanha de Hitler. A queda
e a prisão de Mussolini em 1943. Um governo presidido pelo marechal Badoglio
assinou o armistício e declarou guerra à Alemanha. O Duce, libertado pelos
alemães, constituiu um governo fascista no norte da Itália, a República Social
Italiana (república de Saló), foi detido e fuzilado pelos antifascistas em
abril de 1945.
Em 1944, com
a abdicação de Vítor Emanuel III, seu filho, Humberto II assume. Em 1946, a
república parlamentarista foi proclamada na Itália após um plebiscito (2 de
junho de 1946). A assembleia constituinte redigiu o rascunho da Constituição da
República Italiana que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. A campanha
eleitoral que se seguiu à aprovação da mesma coincidiu com uma intensificação
da Guerra Fria e levou a Itália à beira da guerra civil.
O período
imediatamente após a guerra foi marcado por um crescimento econômico
impressionante e uniforme e por instabilidade política. O democrata-cristão A.
De Gasperi, presidente do Conselho (1945-1953), empreendeu a reconstrução
política e econômica do país, apoiando-se na aliança com os Estados Unidos.
A Itália
recuperou-se amplamente no plano econômico se tornou membro fundador da
Comunidade Econômica Europeia (CEE) - atual União Europeia - e da Organização
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fundada em 4 de abril de 1949. Em 14 de
dezembro de 1955, a Itália tornou-se um membro da Organização das Nações Unidas
(ONU).
“Os estados
consciente, subconsciente e inconsciente são tão verdadeiros e reais; que a
Historia precisa ser escrita para configurar o seu registro memorial. (EM)”.
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