VEÍCULO
REBAIXADO
E-mail: ernidiomigliorini@gnail.com
De todas as
alterações veiculares, o rebaixamento da suspensão é a modificação que requer
maior análise, porque envolve a segurança dos ocupantes.
O sistema de suspensão serve para absorver as irregularidades do solo,
oferecendo estabilidade e preservando a estrutura do veículo. As montadoras
adotam um ajuste que deixa o veículo mais confortável, para não ocasionar
solavancos, ante a irregularidade das vias de circulação. Quando se mexe em
amortecedores e molas, para rebaixar o veículo, abaixando o centro de gravidade
dele, melhorando a aerodinâmica e a estabilidade, deixando-o mais esportivo,
transfere-se mais as irregularidades do piso para quem está nele, fica mais duro e menos confortável.
Existem dois tipos de Suspensão:
móvel ou fixa. As móveis ou variáveis não podem ser legalizadas e usadas no veículo,
se não vierem de fábrica. O Inmetro não aprova a instalação de suspensão a ar
comprimido e suspensão com rosca, de acordo com o artigo 6º da Resolução 292,
de 29/08/2008, do CONTRAN.
Um dos motivos é a segurança: a altura variável compromete a
estabilidade, necessitando de conferências freqüentes da geometria.
É uma questão em que o motorista deve
decidir entre o conforto e a esportividade. Os veículos modernos adaptam-se
automaticamente às condições da pista.
Na suspensão fixa, a alteração das molas e dos
amortecedores deve ser vista criteriosamente.
Antes de fazer qualquer alteração nas molas é
importante saber que os fabricantes utilizam softwares para o seu
dimensionamento, porque o cálculo envolve um grande número de variáveis como
quantidade de elos, diâmetro, comprimento, carga, grau de inclinação dos elos,
tensão máxima de cisalhamento do material, e outras.
Além destas
variáveis, os engenheiros avaliam a geometria da suspensão para identificar as
solicitações a que esta mola estará sujeita e, por último, são indicados os
tratamentos térmicos que serão aplicados durante o processo construtivo.
Os técnicos em
suspensões não recomendam qualquer modificação nas molas para diminuir seu
tamanho, seja o corte de alguns elos, grampos ou mesmo aquecimento. Em médio
prazo, aparecem problemas: amortecedores estourados, trincas na longarina,
trincas no túnel e batentes dos amortecedores danificados.
Querendo alterar as
molas, o recomendável e adquirir kits de molas esportivas, específicas para
cada modelo de veículo. Dimensionadas pelo fabricante, garantem a diminuição da
altura com algum conforto e, oferecem uma sobrevida aos demais componentes da
suspensão.
Os amortecedores
controlam as oscilações superiores e inferiores das molas. Colocando um kit de molas esportivo deve-se
também substituir os amortecedores originais por um kit de amortecedores
esportivos, especificados para cada modelo de veículo. Eles são dimensionados
para atender a carga e o curso das novas molas.
As mudanças das características veiculares devem
ser legalizadas, por isto deve-se verificar se a mudança que se pretende fazer
no veículo é permitida. De acordo com as Resoluções 291 e 292 do CONTRAN.
Previamente, deve ser solicitada a autorização do Delegado do DETRAN, qualquer
alteração das características
veiculares.
De posse da autorização prévia mais a nota fiscal
dos serviços realizados no carro, procurar um posto de inspeção autorizado pelo
Inmetro para fazer a avaliação da nova suspensão
Caso seja
aprovado, o proprietário receberá o Certificado de Segurança Veicular (CSV)
expedido pelo Inmetro.
Depois é
preciso levar o CVS ao DETRAN para registrar as modificações e alterar o
documento do veículo, o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos
(CRLV), incluindo no campo de observações do documento a altura da nova
suspensão, medida do solo ao farol do veículo.
Nos veículos rebaixados devem ser evitadas altas
velocidades. A situação fica delicada
quando o projeto original é alterado, diante do risco de estouro de um
amortecedor ou quebra de uma mola. Este fato merece atenção redobrada em
relação aos cuidados com a manutenção preventiva.
Mudou, tem que legalizar, e isto envolve uma burocracia. E mesmo estando com a documentação legalizada,
a maioria das companhias de seguro não cobre os sinistros de veículos
rebaixados.
“É relevante
ter um exato conceito do que é compatibilidade, para compreender o que é
incompatível. (EM).”
Nenhum comentário:
Postar um comentário